O mês de setembro de 2024 foi marcado por uma série de eventos meteorológicos extremos em diversas regiões do Brasil, conforme levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A combinação de calor intenso, secas prolongadas e chuvas volumosas em áreas específicas trouxe impactos significativos para a população e o meio ambiente, em especial nas regiões Sul e Norte do país.
Precipitação
Setembro apresentou uma disparidade significativa em relação aos volumes de chuva registrados no Brasil. Enquanto o noroeste do país, especialmente no Amazonas e Roraima, enfrentou chuvas abaixo da média histórica, o Estado do Rio Grande do Sul foi o mais afetado por precipitações intensas. Cidades como Canguçu e Camaquã, no Rio Grande do Sul, registraram acumulados de chuvas superiores a 300 mm, com desvios positivos em relação à média histórica de até 188 mm.
Esses eventos foram resultado da passagem de frentes frias, acompanhadas por sistemas de baixa pressão que intensificaram as precipitações.
Um dos eventos mais expressivos ocorreu entre os dias 24 e 25 de setembro, quando Canguçu registrou 152,4 mm de chuva em 48 horas. Esses volumes foram suficientes para ultrapassar a média climatológica e consolidar setembro de 2024 como um dos meses mais chuvosos já registrados em algumas localidades do Rio Grande do Sul.
Ondas de Calor e Secas
Em contraposição às chuvas intensas no Sul, outras regiões do Brasil enfrentaram ondas de calor e secas prolongadas. Duas ondas de calor significativas atingiram grande parte do país, a primeira ocorrendo entre os dias 2 e 13 de setembro, e a segunda entre os dias 22 e 28 de setembro.
O dia 26 foi especialmente quente, com temperaturas acima de 40°C em estados como Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. As cidades de Cuiabá (MT) e Água Clara (MS) foram destaques, com temperaturas de 43,2°C e 43,1°C, respectivamente.
Além do calor extremo, a falta de chuvas em regiões como o Centro-Oeste e o Nordeste também foi alarmante. Cidades como Arinos (MG) e Unaí (MG) registraram mais de 170 dias consecutivos sem precipitação, caracterizando o ano de 2024 como um dos mais secos já registrados. Brasília também enfrentou um longo período sem chuvas, completando 160 dias secos até o final de setembro.
Umidade Relativa do Ar
A queda acentuada da umidade relativa do ar foi outro fator relevante no cenário meteorológico de setembro. Algumas localidades registraram valores extremamente baixos, com destaque para Coxim (MS), que apresentou umidade de apenas 7% no dia 3 de setembro.
Essas condições foram comparadas com o mesmo período em 2023, e todos os estados analisados mostraram que setembro de 2024 foi mais seco.
Impactos e Previsões
Os eventos extremos observados em setembro de 2024 impactaram diversos setores, incluindo a agricultura, o abastecimento de água e a saúde pública, devido ao aumento das temperaturas e à baixa umidade. As previsões indicam que os padrões meteorológicos severos podem continuar nos próximos meses, exigindo maior atenção para mitigação dos efeitos nas áreas mais afetadas.
Para mais informações sobre alertas meteorológicos e condições climáticas, o Inmet mantém atualizações constantes em seu portal oficial e nas redes sociais.