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Estudantes baianas desenvolveram absorvente que alivia dores menstruais a base de folhas da amoreira

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Cerca de 70% das mulheres em idade reprodutiva enfrentam dores menstruais, conforme a Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM). Apesar do desconforto, muitas continuam a seguir suas rotinas diárias. Buscando oferecer uma solução inovadora, as estudantes Jaqueline Souza e Maria Isabella Santana, do Centro Territorial de Educação Profissional (Cetep) de Araci, sob a orientação de Pachiele Cabral, desenvolveram absorventes biodegradáveis feitos à base de folhas de amoreira, conhecidas por suas propriedades que podem ajudar a combater os desconfortos menstruais.

O projeto teve início a partir da observação das dificuldades enfrentadas por mulheres na comunidade local. “Percebemos que muitas enfrentam alergias, cólicas ou até a falta de libido. Após algumas pesquisas, descobrimos que as folhas de amoreira contêm substâncias que podem ajudar a solucionar esses problemas”, explica Maria Isabella. As estudantes utilizaram o laboratório da escola para analisar as folhas e identificar os compostos benéficos.

Jaqueline detalha o processo de produção dos absorventes, que inclui a fabricação de bioplástico a partir das folhas de amoreira. “Realizamos testes de absorção, triagem fitoquímica, meio de cultura, decomposição e pH. Nosso objetivo era criar absorventes que se assemelhassem aos convencionais, mas que proporcionassem maior conforto às usuárias”, afirma. Os resultados demonstraram que o novo produto não apenas alivia o desconforto, mas também é sustentável e de baixo custo.

A iniciativa também visa combater a pobreza menstrual, que afeta a capacidade de meninas e mulheres de se expressarem plenamente. “Esse problema interfere no desenvolvimento educacional, na saúde e na interação social. Além disso, nosso absorvente biodegradável se decompõe mais rapidamente do que os produtos sintéticos tradicionais, reduzindo a quantidade de resíduos sólidos e minimizando o impacto ambiental”, acrescenta Maria Isabella.

O projeto é uma contribuição significativa para a discussão sobre saúde e sustentabilidade, refletindo o potencial das novas gerações em promover inovações que beneficiem a sociedade. A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) da Bahia, que promove a divulgação de pesquisas e inovações no estado, reconhece a importância de iniciativas como essa, que impactam positivamente a vida da população. A série de reportagens “Bahia Faz Ciência” busca destacar esses esforços e está aberta a sugestões de pautas relevantes.

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