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Estudo desenvolvido pela Uesb aponta epidemia de escorpionismo em Jequié

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O aumento dos casos de envenenamento por picada de escorpião, conhecido como “escorpionismo”, tem preocupado as autoridades de saúde em diversas regiões do Brasil. Nos últimos 10 anos, a incidência desses acidentes cresceu de forma alarmante, o que levou à criação de estudos para investigar as causas desse fenômeno. Um desses estudos é conduzido pelo grupo de Pesquisa “Scorpions in Action”, do Laboratório de Ecologia de Artrópodes e Mirmecologia (Leam), localizado no campus Jequié da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).

O trabalho realizado pelo grupo visa não apenas entender o aumento dos casos de escorpionismo, mas também conscientizar a população sobre a importância da prevenção. Medidas simples, como verificar roupas e sapatos antes de vesti-los, vedar frestas em portas e janelas e manter o lixo bem acondicionado, podem evitar o aparecimento de escorpiões nas residências. Outros cuidados incluem afastar móveis das paredes e telar ralos e pias, visto que escorpiões podem utilizar essas entradas para acessar os ambientes domésticos. Em caso de picada, a orientação é lavar o local com água e sabão e procurar atendimento médico imediatamente.

O estudo, iniciado em 2021, é liderado pelo professor Ivan Cardoso do Nascimento, do Departamento de Ciências Biológicas da Uesb. A equipe de pesquisadores recebeu doações de escorpiões capturados por moradores de Jequié, o que possibilitou a identificação das principais espécies presentes na área urbana do município. As duas espécies mais encontradas foram o Tityus serrulatus, conhecido como escorpião amarelo, e o T. stigmurus, escorpião amarelo do Nordeste. Ambas possuem padrões de comportamento distintos, sendo que uma delas é mais comum dentro das residências e a outra em áreas externas.

A pesquisa também revelou que o aumento dos acidentes está relacionado à expansão dos centros urbanos para áreas naturais. Com isso, algumas espécies de escorpiões, consideradas oportunistas, se adaptam facilmente ao ambiente humano. Segundo Yasmin Araújo, pesquisadora do grupo, entender o comportamento dessas espécies é crucial para desenvolver estratégias de mitigação dos riscos. O grupo realiza coletas ativas de exemplares, principalmente à noite, utilizando lanternas ultravioleta, e observa as áreas com maior ocorrência de escorpiões.

Além da pesquisa de campo, a equipe mantém um perfil no Instagram chamado “Scorpions in Action”, que serve como plataforma para disseminar informações sobre prevenção de acidentes e conscientizar a comunidade. A iniciativa busca alertar a população sobre a importância da adoção de medidas preventivas e reforçar a necessidade de buscar ajuda médica em casos de envenenamento, minimizando os riscos à saúde.

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