Nova espécie de cacto sem espinhos foi descoberta em Parque Nacional na Serra do Espinhaço

Uma nova espécie de cacto, identificada como Uebelmannia nuda, foi descoberta em uma expedição realizada no Parque Nacional das Sempre-Vivas, localizado na Serra do Espinhaço, em Minas Gerais. O cacto, que se caracteriza por não possuir espinhos e ter um formato que se assemelha a uma coroa com uma flor amarelada no centro, emerge do solo de areia quartzítica. A descrição dessa espécie, que lembra um desenho infantil de sol, foi rapidamente formalizada por um grupo de pesquisadores liderado pela botânica Daniela Zappi, da Universidade de Brasília (UnB).

O gênero Uebelmannia, ao qual a nova espécie pertence, conta com quatro espécies conhecidas, das quais três possuem caules visíveis e são fortemente espinhudas. A U. nuda, por sua vez, destaca-se por sua morfologia única e subterrânea, o que a torna um achado notável no contexto da flora brasileira. A equipe envolvida na descoberta enfatiza a importância do registro para a elaboração de planos de monitoramento e ações de conservação, dados os riscos enfrentados pela nova espécie.

Localizado próximo à cidade de Diamantina, o Parque Nacional das Sempre-Vivas apresenta um ambiente de difícil acesso, o que exigiu o uso de helicóptero para a realização da expedição que levou à descoberta do cacto. Apesar da dificuldade de acesso, a área é alvo de atividades ilegais de extração de cristais e pedras semipreciosas por garimpeiros, o que representa uma ameaça significativa ao habitat da U.nuda. Estima-se que menos de 100 exemplares da nova espécie tenham sido encontrados em uma área de cerca de 4 quilômetros quadrados, o que levanta preocupações sobre sua sobrevivência a longo prazo.

A descoberta da Uebelmannia nuda não apenas acrescenta uma nova espécie ao já rico catálogo da flora brasileira, mas também ressalta a urgência de medidas de proteção. As servidoras Paula Leão Ferreira e Simone Nunes Fonseca, do Parque Nacional das Sempre-Vivas, participaram da expedição e são coautoras do artigo que detalha a nova espécie, publicado na revista científica Taxon.

Com a crescente pressão sobre os recursos naturais e os ecossistemas brasileiros, a proteção do Parque Nacional das Sempre-Vivas torna-se ainda mais crucial. As iniciativas de conservação e monitoramento serão fundamentais para assegurar a preservação não apenas da U.nuda, mas de toda a biodiversidade que habita esta região única do país.

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