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Serra do Espinhaço detém 15% da biodiversidade brasileira e possui grande potencial turístico

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A Serra do Espinhaço, única cordilheira do Brasil e com 1,5 bilhão de anos de história, destaca-se por abrigar 15% da biodiversidade nacional, incluindo cerca de 23% das espécies endêmicas de fauna e flora.

Essa rica diversidade faz da região um dos principais pontos de conservação do país, com espécies raras, como a rolinha-do-planalto em Botumirim, uma das aves mais raras do mundo.

O Espinhaço também funciona como divisor natural entre a Mata Atlântica e o Cerrado, ampliando seu papel ecológico e de preservação. Sua extensão vai desde o sul de Minas Gerais até a Chapada Diamantina, na Bahia, com paisagens deslumbrantes em várias regiões.

Para proteger e valorizar a Serrada do Espinhaço em Minas Gerais, foi criado em 2021 o Programa de Desenvolvimento Turístico Integrado Sustentável da Cordilheira do Espinhaço, unindo municípios e entidades para promover infraestrutura e qualificação turística.

Lançado oficialmente em 2023 com apoio do Governo de Minas, Sebrae e outras entidades, o projeto já beneficia 172 municípios e mais de cem unidades de conservação, gerando impacto econômico e valorização ambiental.

A cidade de Grão Mogol é um exemplo desse avanço. Segundo o secretário de Turismo Ítalo Oliveira Mendes, a participação do turismo no PIB da cidade quase dobrou, passando de 3% para 5%, com um crescimento de 50% no emprego formal no setor entre 2021 e 2023. “Os hotéis têm tido 100% de taxa de ocupação, principalmente nos finais de semana de enoturismo”, ressalta Mendes, sobre o impacto positivo do programa.

Mapa da Serra do Espinhaço – Fonte: Carvalho (2012).

Patrimônio cultural e histórico

Além da biodiversidade, a Serra do Espinhaço tem um valor cultural profundo, abrigando patrimônios como o artesanato em barro do Vale do Jequitinhonha e o sistema tradicional de apanhadores de flores sempre-vivas, reconhecidos como patrimônios imateriais pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).

“A Cordilheira do Espinhaço não é apenas um espaço natural, mas um grande tesouro cultural e arqueológico para Minas Gerais e para o Brasil”, afirmou o secretário de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas de Oliveira.

Capacitação e fortalecimento do turismo sustentável

O crescimento do turismo na Serra do Espinhaço tem incentivado a população a buscar capacitações, como relata Poliana das Dores Soares Caldeira, gestora da Instância de Governança Regional (IGR) Lago de Irapé e presidente da Associação da Cordilheira do Espinhaço. Para atender à demanda, a Secretaria de Cultura e Turismo, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedese), oferece cursos em atendimento e serviços de alimentação.

Para 2025, a programação de cursos será ampliada para incluir novas cidades, como Salinas, Diamantina e Teófilo Otoni, com o objetivo de qualificar ainda mais o setor e consolidar o turismo sustentável na Serra do Espinhaço como um modelo de preservação e desenvolvimento econômico para a região.

Com informações da Agência Minas Gerais

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