A Coordenação de Polícia Técnica (DPT) de Guanambi, responsável pela realização de perícias em 18 municípios da região, enfrenta uma grave crise estrutural que ameaça interromper os serviços essenciais prestados à sociedade.
Isso porque todas as viaturas da unidade estão paradas devido à falta de manutenção, restando apenas o “rabecão” em funcionamento. O veículo usado na remoção de corpos foi entregue no início do ano para atender as demandas do órgão, que ficou por um longo período sem disponibilidade na unidade.
De acordo com apuração da Agência Sertão, o DPT de Guanambi conta com três viaturas para atendimentos periciais: uma caminhonete Ford Ranger, um Toyota Etios e um Citroen AirCross, além do veículo utilizado para remoção de cadáveres. Contudo, os três primeiros estão inutilizados por problemas mecânicos e estruturais.
Os problemas incluem defeitos nas suspensão e nos sistemas de frenagem com peças desgastadas e enferrujadas devido à falta de manutenção preventiva, como troca de óleo do motor e reparos no sistema de climatização.
Além disso, os pneus estão com avarias graves e há ausência de equipamentos obrigatórios, como giroflex e sirene.
As condições precárias também comprometem a segurança dos peritos, que muitas vezes são forçados a recorrer à carona em viaturas da Polícia Civil para atender às ocorrências, uma prática considerada irregular.
Servidores ouvidos pela reportagem relataram que, sem viaturas operacionais, os serviços periciais de locais de crimes e acidentes estão seriamente prejudicados, afetando a população de cerca de 400 mil habitantes dos municípios que dependem do DPT de Guanambi. Além disso, as viaturas paradas continuam deteriorando no pátio da unidade, agravando ainda mais a situação.
Eles relataram ainda que a situação evidencia o descaso com os recursos do departamento e que essa negligência ocorre em um contexto de crescente violência na região, onde a eficácia da segurança oública depende diretamente de equipamentos e instrumentos adequados para o trabalho policial.
O estado de abandono do DPT de Guanambi expõe a fragilidade estrutural enfrentada pelas forças de segurança no interior da Bahia, ressaltando a urgência de investimentos e ações concretas para garantir o funcionamento do órgão e a qualidade dos serviços prestados à sociedade.
Diante da situação, os profissionais do órgão reforçam o necessário compromisso efetivo das autoridades para restabelecer a infraestrutura do departamento e assegurar a continuidade dos serviços essenciais de perícia técnica.