A Ocyan S.A., empresa especializada em serviços para o setor de óleo e gás, anunciou a construção de quatro RSVs (embarcações de apoio para lançamento e operação de veículos remotamente controlados, conhecidos como ROVs). Essas embarcações serão utilizadas no manuseio e montagem de equipamentos submarinos na Bahia.
O projeto, financiado pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM), está orçado em R$ 2,7 bilhões e deve gerar cerca de 1,1 mil empregos diretos.
Entre janeiro e outubro de 2024, o Porto de Salvador, principal rota de exportação do Polo Petroquímico de Camaçari, movimentou 5,5 milhões de toneladas de cargas. A maior parte desse volume foi composta por contêineres e fertilizantes, conforme dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Além do estaleiro da Ocyan, o Ministério de Portos e Aeroportos, que administra o FMM, aprovou outros 20 projetos voltados para a indústria naval em diversos estados brasileiros, incluindo Amazonas, Amapá, Pará, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Esses empreendimentos, juntos, somam mais de R$ 10 bilhões em investimentos e têm o potencial de gerar 8,8 mil empregos diretos.
Na Bahia, outro projeto relevante será conduzido pela Belov, empresa de engenharia portuária e offshore. A Belov ficará responsável pela construção de uma balsa para navegação interior, com um investimento de R$ 24,3 milhões e a criação de 175 postos de trabalho.
Indústria Naval e a Transição Energética
O Ministério de Portos e Aeroportos destaca o potencial da indústria naval como aliada na transição energética do Brasil. Uma melhor distribuição dos modais de transporte já contribui para a redução de emissões de carbono. Além disso, a indústria pode liderar projetos inovadores, como o uso de biocombustíveis para embarcações e o desenvolvimento de torres eólicas.
Segundo a pasta, o FMM já aprovou projetos de pesquisa e desenvolvimento voltados à criação de motores híbridos e à construção de embarcações sustentáveis, alinhados com a agenda ambiental do país.
De acordo com Fernando Pimentel, coordenador-geral de Fomento do Ministério de Portos e Aeroportos, o FMM é fundamental para reduzir custos logísticos, como os relacionados a combustível e manutenção.
“O Fundo da Marinha Mercante é o principal pilar da política de apoio à indústria naval brasileira. Ele é essencial para a internalização de tecnologia, impactando significativamente a integração com as cadeias globais de comércio”, afirmou Pimentel.
Ainda segundo informações do Brasil61, a principal fonte de receita do FMM é a contribuição paga no desembarque de mercadorias nos portos brasileiros. Em 2024, o fundo já destinou mais de R$ 30 bilhões para a construção e reparação naval.
“O FMM possui uma carteira de cerca de R$ 42 bilhões em projetos aprovados. Esses recursos podem ser convertidos em financiamentos voltados para navegação de longo curso, interior, cabotagem, apoio offshore, apoio portuário, navegação de passageiros e pesca, além de estaleiros e instalações portuárias”, concluiu Pimentel.