O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) divulgou o boletim agroclimático com a previsão do tempo para o trimestre de janeiro a março de 2025.
A análise destaca as condições climáticas esperadas para as cinco regiões do Brasil, com foco nas anomalias de precipitação e temperatura, com prognóstico gerado pelo método objetivo multimodelo, em cooperação entre Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme).
De acordo com o documento, o trimestre janeiro-março de 2025 será marcado por temperaturas acima da média em todo o país, resultado das condições climáticas influenciadas pelo fenômeno La Niña.
As precipitações seguirão padrões regionais, com destaque para chuvas acima da média em áreas do Norte e Sudeste. A umidade do solo será favorável na maioria das regiões, mas com déficits esperados em partes do Nordeste e Sul.
Região Norte
Para a região, a previsão indica o predomínio de chuvas entre a média e acima da climatologia na maior parte da região durante o próximo trimestre. No entanto, no centro-leste do Pará, Tocantins e leste do Amapá, as precipitações devem ficar levemente abaixo da média histórica.
A temperatura média do ar deverá permanecer acima da climatologia em toda a região, com valores mais altos previstos para o Pará, Tocantins e parte do Amazonas em comparação às demais áreas. Em dezembro, são esperados baixos níveis de umidade do solo no centro-norte do Pará, Amapá, norte do Amazonas e Roraima, com tendência de aumento gradual nos meses seguintes.
Em Roraima, contudo, o armazenamento hídrico continuará baixo ao longo do trimestre. Nas demais áreas, espera-se que os níveis de umidade do solo permaneçam elevados ao longo do trimestre.
Região Nordeste
A previsão indica chuvas próximas ou abaixo da média climatológica em toda a Região Nordeste, com maior probabilidade de chuvas abaixo da média entro em uma faixa que vai do Piauí até Alagoas, considerando a média do trimestre. Contudo, o mês de janeiro deve contabilizar volumes de chuva acima da média do mês em grande parte da região.
Quanto à temperatura do ar, espera-se que os valores permaneçam acima da média histórica, mantendo condições de calor intenso em toda a região.
Para os próximos três meses, a previsão também aponta baixos níveis de umidade do solo na maior parte do Nordeste. No Maranhão, oeste da Bahia e áreas próximas do Piauí, a expectativa é que os níveis de umidade no solo devam ser mais elevados, variando entre 70 e 90%.
Em áreas específicas, como o oeste da Paraíba, sul e norte do Ceará e noroeste de Pernambuco, prevê-se um leve incremento na umidade do solo a partir de janeiro de 2025.
Região Centro-Oeste
Para o Centro-Oeste, a previsão climática para o próximo trimestre indica condições de chuvas entre a normalidade e acima da média histórica em quase toda a região. No entanto, no norte de Goiás e em áreas do nordeste do Mato Grosso, as chuvas podem ficar abaixo da média histórica.
As temperaturas deverão permanecer acima da média climatológica nos próximos meses, com valores superiores a 24°C. As chuvas na região central, típicas da estação chuvosa, favorecerão elevados níveis de armazenamento de água no solo durante todo o trimestre em Goiás e grande parte do Mato Grosso.
Apenas o noroeste do Mato Grosso do Sul deverá permanecer com baixos níveis de umidade no solo ao longo do trimestre, enquanto no sudoeste do Mato Grosso, a tendência é de aumento a partir de janeiro.
Região Sudeste
A previsão para o trimestre indica predominância de chuvas abaixo da média no norte de Minas Gerais, enquanto em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e centro-sul de Minas Gerais espera-se que as chuvas sejam acima da média histórica. As temperaturas tendem a permanecer acima da média histórica.
O armazenamento de água no solo, na maior parte da região, deve ser satisfatório, com níveis entre 70 e 100%, exceto no norte de Minas Gerais e no Espírito santo, onde o armazenamento deve apresentar níveis mais baixos, onde a umidade do solo estará mais baixa em dezembro de 2024.
Região Sul
A previsão indica condições favoráveis para chuvas próximas ou abaixo da média, com expectativa de chuvas mais irregulares principalmente nos meses de março e abril. A temperatura do ar deverá ficar acima da média histórica em toda a região.
O balanço hídrico previsto para os próximos meses indica níveis satisfatórios de umidade no solo em grande parte da região. No centro-sul do Rio Grande do Sul, no entanto, o armazenamento de água no solo poderá ficar mais baixo que em outras áreas
La Niña
Durante dezembro de 2024, o Atlântico Tropical Norte apresentou temperaturas 0,5°C acima da média, enquanto o Atlântico Tropical Sul registrou 0,3°C acima da média. Essa configuração indica neutralidade para o Dipolo do Atlântico.
No Oceano Pacífico Equatorial, condições de La Niña foram confirmadas em dezembro de 2024, após anomalias negativas da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) serem observadas desde agosto. Segundo o APEC Climate Center, a La Niña deverá persistir até o trimestre fevereiro-março-abril de 2025, com intensidade entre fraca e moderada e de curta duração.
Veja o boletim agroclimatológico completo