Barragem localizada na divisa de Bahia e Minas Gerais voltou a sangrar após chuvas volumosas

Na madrugada desta quarta-feira, 15 de janeiro, a barragem do Estreito, localizada entre os municípios de Urandi, na Bahia, e Espinosa, no Norte de Minas Gerais, atingiu 100% de sua capacidade e iniciou o processo de vertimento. Na região, os moradores costumam usar o termo “sangrar” para descrever esse acontecimento.

O aumento no volume das águas do Rio Verde Pequeno e de afluentes como o rio Galheiros é resultado das chuvas volumosas que caíram sobre a bacia nos últimos dias, causando, inclusive, alagamentos na cidade de Espinosa, que está com centenas de moradores desalojados. Somente no último domingo (12), choveu entre 120 e 180 mm no município.

De acordo com os dados da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), o reservatório do Estreito terminou 2024 com 36,86 milhões de metros cúbicos (hm³) armazenados, o equivalente a 56,5% de sua capacidade total de 65,21 hm³. A última vez que o volume chegou a 100% foi há pouco mais de três anos, no fim de 2021.

As chuvas recentes foram suficientes para completar o reservatório e ainda verter água para a barragem de Cova da Mandioca. Os dois reservatórios são interligados por um canal que realiza a transferência de fluxo de água quando o nível do Estreito atinge um patamar determinado.

Ainda segundo a Codevasf, o volume da barragem de Cova da Mandioca saltou de 88,4 hm³ para aproximadamente 110 hm³ nos últimos dias. Na manhã desta quarta-feira, ainda faltava cerca de 1,56 metro para atingir o volume máximo, de 131 hm³.

A Codevasf reforça a importância de que as pessoas se mantenham afastadas do tronco adutor, do vertedouro, das barragens (Estreito e Cova da Mandioca) e de outras estruturas correlatas, por questões de segurança. Esses locais contam com vigilância 24 horas para evitar vandalismo e invasões.

A empresa pública informou também que as barragens são inspecionadas periodicamente desde 2013 pelo grupo de trabalho da Codevasf,  com contratos anuais para execução de serviços de limpeza, manutenção e de operação das estruturas, conferindo segurança consolidada aos sistemas.

Situação em Guanambi

Em Guanambi, as chuvas na bacia do Rio Carnaíba não foram tão expressivas quanto na bacia do Rio Verde Pequeno. Os níveis das barragens de Ceraíma e Poço do Magro registraram variações mais discretas.

Na última medição, realizada na sexta-feira (10), Ceraíma armazenava 57,3% do volume total, enquanto Poço do Magro registrava 80,5%.

Gestão dos reservatórios

As estruturas dos quatro principais reservatórios da região de Guanambi estão sob a responsabilidade da Codevasf, por meio do escritório localizado em Guanambi, vinculado à Superintendência Regional de Bom Jesus da Lapa.

No caso do sistema Estreito-Cova da Mandioca, a operação das comportas é conduzida por um grupo de trabalho estabelecido pela Comissão Gestora do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Verde Grande (CBHVG) e pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Desde o início do período chuvoso, as comportas estão abertas para regular o fluxo.

A manutenção de níveis satisfatórios nestes reservatórios é fundamental para garantir a continuidade da agriculturas nos perímetros irrigados do entorno.

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