O motorista da carreta envolvida no acidente que matou 39 pessoas na BR-116, em Teófilo Otoni (MG), em dezembro, usou cocaína, ecstasy e outras drogas. A conclusão é de um exame toxicológico realizado no suspeito em 23 de dezembro, dois dias após o acidente.

Arilton Bastos Alves foi preso no Espírito Santo na manhã desta terça-feira, 21 de janeiro.

O exame detectou também MDA, alprazolam e venlafaxina no material biológico do condutor. ‘Os peritos concluíram que ele consumiu “cocaína e álcool etílico concomitantemente”, informa a decisão judicial que decretou a prisão do motorista.

O juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Teófilo Otoni, decidiu decretar a prisão de Alves. Além do uso de drogas, o magistrado considerou a fuga do local do acidente, o sobrepeso da carga e o excesso de velocidade do veículo.

Alves admitiu não verificar o peso do material transportado. No dia do acidente, a carreta carregava dois blocos de quartzito, totalizando mais de 68 toneladas. Com o peso da carreta e seus semirreboques, o total chegava a 91,261 toneladas, quase o dobro do permitido pela legislação de trânsito.

A carreta trafegava a mais de 90 km/h, embora o limite para a via fosse 80 km/h. Em determinado momento, o veículo chegou a 132 km/h, demonstrando descuido e indiferença quanto à possibilidade de causar um acidente.

As investigações indicam que a principal causa do acidente foi o tombamento do segundo semirreboque, que invadiu a contramão, resultando no desprendimento de um bloco de granito e sua colisão com o ônibus.

Inicialmente, suspeitava-se que o acidente teria sido causado pelo estouro de um pneu do ônibus, mas testemunhas e a análise preliminar descartaram essa hipótese. Peritos concluíram que o desprendimento de uma das pedras do reboque, o excesso de peso e a velocidade contribuíram para o acidente, agravado pelo fato de o motorista estar sob efeito de drogas.