O consumo de açúcar na alimentação das crianças matriculadas nos 32 centros de educação infantil e creches conveniadas de Vitória da Conquista deve chegar a zero até o final deste ano.
A medida segue o que determina a Resolução 6 de 2020, publicada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que atualizou as normas para a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar, a fim de garantir um cardápio mais saudável aos alunos da educação infantil.
A medida deveria ter entrado em vigor em 2021, em todo o país, mas por conta da pandemia da Covid-19, o prazo foi estendido.
Em Vitória da Conquista, o trabalho de conscientização dos pais e a redução do açúcar e alimentos ultraprocessados na alimentação escolar teve início em 2022. Em 2023, a redução chegou a 20%, em 2024, a 50%. Para este início de ano, segundo o coordenador de Alimentação Escolar, Rodrigo Gigante, a previsão é reduzir o açúcar em mais 30%, ou seja, chegar a 80%. E até o final do ano, a meta é zerar o consumo.
Em reunião com diretores dos Centros Municipais de Educação e Infantil (Cmeis) e creches conveniadas, cujas merendas ainda não foram terceirizadas, a equipe da Coordenação de Alimentação Escolar explicou que além de seguir a orientação do Ministério da Educação, há consenso de que o açúcar pode representar grande risco para a saúde, com o surgimento de doenças como obesidade, problemas cardiovasculares, hipertensão, câncer e diabetes.
Segundo Rodrigo Gigante, a Resolução 2020 não fala em diminuir, e sim retirar totalmente o açúcar e alimentos ultraprocessados com adição de açúcar, mel ou adoçante. “Tem que ser tudo in natura. O café com leite não pode ter açúcar, mel ou adoçante”, explicou, acrescentando que o açúcar vai ser substituído por outras variações, tipo uva passa ou banana d’agua (nanica).
Até o momento, o município já tem 5.595 alunos matriculados na educação infantil.
“Ao longo do ano o açúcar será diminuído até zerar o fornecimento. Os gestores, com o nosso apoio, precisam fazer esta conscientização com a comunidade. Nós somos fiscalizados. Temos que entender que um órgão superior fiscaliza a Coordenação, a equipe de nutrição, a escola para que a regulamentação seja cumprida”, destacou Rodrigo.
A diretora da creche conveniada Jesus de Nazaré, Patrícia Curi, afirmou que a medida é necessária. “Nós já criamos nossos filhos assim, e nada mais justo que levar isso para a escola. Vamos precisar de um apoio muito grande da Smed, para que as pessoas vejam como estamos participando da vida e do desenvolvimento da criança, para que não nos vejam como vilões. Não vai ser batalha fácil, mas não acho que seja perdida. Estamos para contribuir e fazer o melhor. Vamos torcer para que possamos chegar às famílias de maneira leve e tranquila”, relatou.