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Cientistas do Inca alertam para desinformação sobre câncer | Agência Brasil

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No Dia Mundial do Câncer, celebrado em 4 de fevereiro, especialistas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) destacaram os perigos da disseminação de desinformações sobre a enfermidade nas redes sociais. Um recente artigo publicado na Revista Brasileira de Cancerologia alerta para a infodemia do câncer, um fenômeno marcado pela ampla circulação de informações falsas sobre causas, prevenção e tratamentos sem comprovação científica.

Segundo Fernando Lima, pesquisador do Inca, a infodemia, termo reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ganhou notoriedade durante a pandemia de Covid-19. “Esse fenômeno é caracterizado por um aumento abrupto e massivo na circulação de informações sobre saúde, sejam elas verdadeiras ou não, o que prejudica a capacidade do público em diferenciar o que é confiável”, explicou o especialista.

As redes sociais desempenham um papel central nessa dinâmica, amplificando conteúdos sensacionalistas que dificultam o discernimento entre informação baseada em evidências e desinformação. Para Lima, isso pode prejudicar escolhas de tratamento, atrasar diagnósticos e, consequentemente, piorar os prognósticos de pacientes.

O artigo destaca mitos, como a associação indevida entre a vacinação contra o HPV e o aumento dos casos de câncer de colo uterino, ou alegações infundadas sobre cigarros eletrônicos serem uma alternativa segura. Além disso, práticas como substituir tratamentos convencionais por terapias alternativas não comprovadas são classificadas como arriscadas e prejudiciais.

A pesquisadora Telma de Almeida Souza mencionou outro exemplo perigoso: a circulação de rumores sobre o uso da graviola para combater células cancerígenas. Segundo Telma, essas desinformações podem “custar um tempo valioso para pacientes que precisam de tratamento imediato, um fator essencial para salvar vidas”.

Além das redes sociais, o cenário é intensificado pelo modelo de negócios baseado no “capitalismo de vigilância”. Conforme detalhado no estudo, algoritmos incentivam a viralização de conteúdo sensacionalista para manter os usuários engajados, mas isso resulta na amplificação de informações falsas.

Para Fernando Lima, iniciativas como monitorar permanentemente a circulação de informações são imprescindíveis. Ele também defende medidas como responsabilizar plataformas digitais e fortalecer campanhas institucionais de combate à desinformação. “É crucial que haja uma resposta rápida e eficiente para ajudar a sociedade a distinguir informações fidedignas de conteúdos falsos”, finalizou.

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