Acidente com 39 mortes em Minas Gerais foi causado por excesso de peso e de velocidade, conclui PRF

O trágico acidente ocorrido na BR-116, em Teófilo Otoni, em Minas Gerais, que resultou na morte de 39 pessoas, expôs uma série de falhas relacionadas tanto ao veículo quanto à infraestrutura da rodovia, além de erros humanos. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) identificou diversos fatores críticos que contribuíram para a gravidade do incidente.

Um dos principais elementos apontados no laudo da PRF foi o excesso de peso no caminhão envolvido no acidente. O veículo transportava rochas ornamentais, mas estava com uma carga 16 toneladas acima do limite permitido. Este fator comprometeu a estabilidade do caminhão, aumentando o risco de tombamento, especialmente em um trecho sinuoso e com declive acentuado da rodovia.

A velocidade excessiva também desempenhou um papel crucial. O caminhão estava a 93 km/h quando entrou na curva, superando a velocidade recomendada para o trecho, além de registros que indicam que, momentos antes do acidente, o caminhão alcançou até 117 km/h. O comportamento imprudente do motorista foi um dos fatores que contribuíram para a falta de controle do veículo, que acabou colidindo com o ônibus.

Além disso, a infraestrutura da rodovia também foi um fator relevante. A falta de sinalização adequada, especialmente a ausência de informações sobre velocidade e a sinalização horizontal desgastada, contribuiu para o aumento do risco naquele trecho da estrada. As condições da via, somadas à falta de largura na curva, fizeram com que a colisão fosse ainda mais devastadora.

Os problemas mecânicos no caminhão também foram identificados pela PRF. Pneus em mau estado e alterações na suspensão que elevaram o centro de massa do veículo contribuíram para sua instabilidade. A carga estava mal amarrada, com amarras defeituosas e lingas frouxas, o que piorou ainda mais a situação, tornando o veículo ainda mais propenso ao tombamento.

Fator humano

O fator humano não pode ser ignorado. O motorista do caminhão não seguiu as normas de descanso, não respeitando o período mínimo de 11 horas consecutivas, o que pode ter levado à fadiga e à redução de sua capacidade de atenção.

Para agravar ainda mais a situação, exames posteriores confirmaram que o motorista testou positivo para substâncias entorpecentes, um fator que certamente prejudicou sua habilidade de controlar o veículo.

Esse conjunto de fatores destaca a importância de uma fiscalização mais rigorosa no transporte de cargas, além da necessidade urgente de melhorias nas condições das estradas e na conscientização dos motoristas sobre os riscos de comportamentos imprudentes ao volante.

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