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Veja como o fenômeno La Niña está impactando o clima no Brasil

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Na última sexta-feira, 7 de fevereiro, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou um prognóstico sobre a La Niña no Brasil. O planeta está sob o efeito do fenômeno climático, conforme anunciado em janeiro pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês).

Esse evento, que se origina no Oceano Pacífico Equatorial, provoca alterações climáticas distintas em várias regiões do mundo, incluindo o Brasil.

A meteorologista Danielle Ferreira, do Inmet, explica que o La Niña reduz as chuvas na Região Sul do Brasil, tanto em quantidade quanto em frequência, o que pode resultar em períodos prolongados de seca.

“As frentes frias passam mais rapidamente sobre a parte leste da Região Sul e acabam levando mais chuvas para a Região Sudeste, podendo chegar até parte do litoral nordestino. Esse comportamento típico nem sempre ocorre, pois é necessário considerar também outros fatores como a temperatura do Oceano Atlântico (Tropical e Sudeste da América do Sul), que também pode atenuar ou intensificar os impactos do fenômeno”, afirma a meteorologista

Chuvas intensas no Norte e Nordeste

Enquanto o Sul enfrenta redução nas precipitações, o cenário é oposto no Norte e na faixa norte do Nordeste. Nessas regiões, observa-se um aumento das chuvas, como já vem ocorrendo, com frequentes alertas de perigo para chuvas intensas.

Esse excesso de precipitação está diretamente relacionado ao deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que ocorre devido ao aquecimento das águas do Atlântico Tropical.

A previsão para o primeiro trimestre de 2025 indica temperaturas acima da média em grande parte do Brasil, além de chuvas mais concentradas nas regiões Norte, Centro-Oeste e em áreas do norte e oeste da Região Nordeste. Esse comportamento climático, típico do La Niña, pode ser intensificado ou atenuado por outros fatores, como as condições do Oceano Atlântico Tropical e do Sudeste da América do Sul.

Entenda a diferença entre La Niña e El Niño

Tanto o La Niña quanto o El Niño se originam no Pacífico Equatorial e exercem grande influência no clima global. De acordo com Danielle Ferreira, o La Niña é caracterizado pelo resfriamento anômalo das águas do Pacífico, enquanto o El Niño está relacionado ao aquecimento anômalo dessas águas. A persistência dessas condições por pelo menos três meses consecutivos determina a presença de cada fenômeno.

Desde outubro de 2024, as temperaturas da superfície do mar na chamada Região do Niño 3.4 (área entre 170°W e 120°W) registram 0,5°C abaixo da média, chegando a 1,0°C abaixo da média em dezembro de 2024. Esses dados confirmam a atuação do La Niña, que tem 59% de probabilidade de persistir até o trimestre fevereiro-março-abril de 2025.

Os oceanos desempenham um papel fundamental na regulação do clima global. Eventos como o La Niña e o El Niño reforçam a importância do monitoramento das condições oceânicas. Alterações na temperatura das águas do Pacífico Equatorial impactam diretamente os padrões climáticos em diversas partes do planeta, destacando a necessidade de estudos contínuos para antecipar os efeitos desses fenômenos e mitigar seus impactos.

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