O verão baiano está em pleno vigor, e as altas temperaturas registradas nesta semana são típicas desta época do ano. De acordo com o serviço de meteorologia do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), a atuação de sistemas de alta pressão tem reduzido a quantidade de nuvens, permitindo maior incidência de radiação solar sobre o solo.
Isso faz com que as temperaturas subam ainda mais, com máximas de 34°C e mínimas de 24°C em várias regiões do estado.
A meteorologista do Inema, Cláudia Valéria, explica que, nas áreas onde o tempo permanece mais nublado e chuvoso — como o centro, oeste e sudoeste da Bahia —, as temperaturas não atingem os valores mais elevados. No entanto, em outras regiões, o calor segue intenso.
“As áreas que costumam registrar os índices mais elevados incluem o Vale do São Francisco, o Nordeste baiano e toda a faixa leste, incluindo Salvador. A previsão indica a continuidade desse padrão de calor, não apenas nos próximos dias, com predomínio do sol em grande parte do estado, mas também ao longo de fevereiro, março e até a primeira quinzena de abril. Esse é o período que antecede o início do outono e o retorno das chuvas no setor leste da Bahia, o que tende a amenizar as temperaturas. Por enquanto, no entanto, a tendência é de calor persistente em praticamente todo o estado”, destacou Cláudia.
A meteorologista também ressaltou que o mês de março ainda seguirá com temperaturas elevadas, pois o período chuvoso na faixa leste, especialmente em Salvador, Litoral Norte e Nordeste baiano, ainda não começou. “Além disso, grande parte da região semiárida também continua registrando temperaturas altas ao longo do mês. No entanto, por estarmos em um período de transição para a estação chuvosa no setor leste, algumas mudanças começam a acontecer”, acrescentou.
Eventualmente, sistemas meteorológicos podem provocar chuvas, trazendo dias mais nublados e, consequentemente, uma leve redução nas temperaturas. Mas essa queda é temporária, pois, logo em seguida, os termômetros voltam a subir.
Influência da população nas mudanças climáticas
Cláudia Valéria também chamou a atenção para o papel da população no cenário atual de mudanças climáticas. “O que vivemos hoje é resultado de anos de desmatamento, uso intensivo de combustíveis fósseis e outras ações que contribuem para as mudanças climáticas. Todos nós temos um papel nesse processo. Precisamos rever nossos hábitos, sair da teoria e aplicar na prática medidas que já são conhecidas e respaldadas pela ciência”, afirmou.
A meteorologista explicou que a mitigação dessas condições deve ser um esforço contínuo. “No curto prazo, não há como reverter o que já está acontecendo ou alterar as temperaturas do próximo mês. Essas mudanças ocorrem ao longo dos anos, exigindo ações consistentes para que o cenário não piore ainda mais”, completou.
Com o calor intenso, é importante que a população adote medidas de precaução, como hidratação constante, uso de protetor solar e evitar exposição ao sol nos horários mais críticos, entre 10h e 16h.