Seis igrejas localizadas em Salvador foram interditadas após vistorias realizadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pela Defesa Civil da cidade nesta semana.
Segundo os órgãos, a intensificação das ações ocorreu depois da morte de uma turista de 26 anos no desabamento do teto da Igreja de São Francisco, no centro histórico de Salvador, na última semana.
Entre as igrejas interditadas, estão a Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem, que sofreu interdição devido à precariedade de seu teto, cuja construção foi concluída em 1743 e tombada como patrimônio histórico em 1938. Além disso, o templo é conhecido por abrigar uma importante imagem religiosa e a embarcação utilizada em procissões tradicionais na cidade.
O levantamento aponta que a cidade de Salvador possui 51 igrejas tombadas pelo Iphan, sendo que pelo menos 12 já foram vistoriadas e oito apresentaram necessidade de reparos estruturais. Para retomarem as atividades, os proprietários desses templos precisam fazer as adequações apontadas nas vistorias. O Iphan avalia possíveis auxílios financeiros para execução dos reparos.
Ainda segundo o Iphan, as visitas às igrejas fazem parte de um esforço preventivo que conta com o apoio de uma força-tarefa envolvendo 15 técnicos deslocados de outros estados.
Enquanto isso, as celebrações religiosas nas igrejas interditadas estão sendo realocados para locais alternativos, como o Salão Hugo Rossini, no caso da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem.
As investigações sobre o desabamento da Igreja de São Francisco, que resultou na morte da turista paulista Giulia Panchoni Righetto, seguem a cargo da Polícia Federal desde o início da semana.
O templo, conhecido como “igreja de ouro”, passou por vistoria técnica em maio de 2024, sem registro de irregularidades à época. Além do inquérito, o Iphan iniciou a mobilização para obras emergenciais que incluem escoramento e estabilização da estrutura.
Com as investigações em andamento e os projetos de restauração sendo analisados, especialistas destacam a importância de reforçar a manutenção dos bens históricos, que representam expressivos marcos culturais e religiosos da cidade de Salvador e do Brasil.