Os dados de monitoramento diários da MetSul Meteorologia apontam que o fenômeno La Niña, atualmente em vigência no Oceano Pacífico Equatorial, apresenta sinais de enfraquecimento.
Segundo a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), a anomalia de temperatura da superfície do mar na região Niño 3.4 (Pacífico Central-Leste), que define a presença de La Niña ou El Niño, encontra-se na faixa de intensidade fraca (-0,5°C a -0,9°C).
A maior intensidade negativa ocorreu na semana de 25 de dezembro, com uma anomalia de -1,1°C, única dentro da faixa de moderação. No entanto, análises diárias indicam que a região pode entrar em zona de neutralidade nas próximas semanas, o que implicaria anomalias acima de -0,5°C. Isso, porém, não significaria o fim do fenômeno, mas demandaria um período prolongado de neutralidade para indicar uma transição completa.
Impactos e previsão climática
Atualmente, o evento La Niña encontra-se em seu terceiro mês consecutivo e continua influenciando os padrões climáticos. No Brasil, os efeitos são perceptíveis: maior volume de chuvas no Nordeste e estiagem no Rio Grande do Sul, onde o clima seco e quente impacta negativamente as safras de soja e milho. Dados da NOAA mostram que há nove semanas consecutivas de anomalias na faixa de La Niña, sendo oito em intensidade fraca e uma moderada.
Na região Niño 1+2, mais próxima da costa do Peru e Equador, a anomalia atual é de 0,1°C, indicando ausência de características de La Niña prolongadas nesta parte do oceano.
De acordo com a MetSul Meteorologia, o episódio atual apresenta principalmente características de Pacífico Central, ao contrário de eventos canônicos que atingem de form a significativa também as costas da América do Sul. O curto prazo aponta para a continuidade da La Niña, mas com uma transição gradual para neutralidade ao longo das próximas semanas.
Probabilidades futuras
Segundo o boletim mensal da NOAA, as probabilidades de ocorrência da La Niña diminuem a partir das próximas estações climatológicas. Para os trimestres de abril a junho e maio a julho de 2025, a neutralidade é projetada como o cenário mais provável.
Já para o trimestre de setembro a novembro, a La Niña permanece com 36% de probabilidade, enquanto a neutralidade figura próxima com 44%, e os eventos de El Niño ainda mostram chances reduzidas, de até 20%.
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A La Niña tem implicações significativas no clima mundial, afetando ventos, temperaturas e padrões pluviométricos. Historicamente, o fenômeno vem associado à estiagem no Sul do Brasil, aumentando o risco para a agricultura, enquanto regiões do Norte e Nordeste registram maior precipitação. Contudo, mesmo em cenários de La Niña, eventos extremos, como enchentes e ondas de calor, ainda podem ocorrer.
Em um contexto global de aquecimento, a presença da La Niña tende a reduzir o aumento da temperatura média do planeta, ainda que os níveis atuais sejam mais elevados do que em eventos de décadas anteriores.