O governo federal deve anunciar nesta terça-feira, 25 de fevereiro, em evento no Palácio do Planalto, um acordo para a produção em larga escala da primeira vacina nacional contra a dengue, em dose única. O objetivo é disponibilizar 60 milhões de doses anuais a partir de 2026.
Desenvolvido pelo Instituto Butantan desde 2009, o imunizante está na fase final de estudos, restando apenas o registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que possa ser distribuído à população.
Atualmente, o Brasil conta com duas vacinas contra a dengue, ambas importadas. Devido à baixa disponibilidade global, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a imunização apenas para crianças de 10 a 14 anos, grupo com maior risco de desenvolver formas graves da doença. Já o restante da população só pode acessar a vacina na rede privada.
Com a produção nacional, a expectativa é ampliar a imunização gratuita para pessoas de 2 a 59 anos, fortalecendo o combate à dengue e reduzindo os casos da doença a longo prazo. O governo pretende tornar a vacinação o principal meio de enfrentamento à epidemia, investindo R$ 1,26 bilhão na iniciativa.
A urgência da medida se deve ao cenário alarmante da dengue no Brasil. Em 2024, o país registrou um aumento de 400% nas mortes em relação ao ano anterior, totalizando 6.041 óbitos – número superior às mortes por Covid-19 no mesmo período.
Para 2025, o Ministério da Saúde alerta para o crescimento expressivo do sorotipo 3 do vírus e aposta em novas tecnologias para combater o Aedes aegypti, a fim de evitar uma nova escalada da doença.
Outras iniciativas
Além da vacina contra a dengue, o governo deve anunciar três novas parcerias público-privadas (PPPs) voltadas à área da saúde:
- Produção nacional de insulina Glargina, com fornecimento previsto para o segundo semestre deste ano.
- Parceria entre o Instituto Butantan e a Pfizer para fabricar até 8 milhões de doses anuais da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR).
- Criação de um estoque estratégico para acelerar a produção da vacina Influenza H5N8, garantindo maior agilidade no combate a surtos.