Fevereiro de 2025 se destacou como um dos meses mais quentes já registrados, marcando um novo alerta sobre o avanço das mudanças climáticas. De acordo com a Climatempo, os 28 dias do mês apresentaram temperaturas excepcionalmente altas, tornando-se o terceiro fevereiro mais quente da história.
O relatório do Copernicus Climate Change Service (C3S) aponta que o aquecimento global foi um fator determinante para essa elevação térmica. A temperatura média global no mês ficou 0,63°C acima da média de 1991-2020, atingindo 13,36°C, apenas 0,18°C abaixo do recorde histórico de 2024.
Se comparado ao período pré-industrial (1850-1900), o aumento foi ainda mais alarmante: 1,59°C acima da média. Esse foi o 19º mês, em um intervalo de 20 meses consecutivos, com temperaturas superiores a 1,5°C em relação à era pré-industrial. Treze desses meses registraram elevações entre 1,58°C e 1,78°C, reforçando a aceleração da crise climática.
O calor extremo de fevereiro de 2025 foi um fenômeno global. O aquecimento dos oceanos, eventos climáticos extremos e o aumento da temperatura da superfície terrestre reforçam a urgência do combate às mudanças climáticas.
A temperatura média da superfície do mar (SST) atingiu 20,88°C, 0,42°C acima da média, tornando-se o segundo maior registro para o mês de fevereiro. Enquanto o aquecimento no Pacífico Equatorial Central apresentou uma leve redução, regiões como o Golfo do México, o Mediterrâneo e as costas da Índia mantiveram temperaturas elevadas.
O Ártico foi um dos locais mais impactados, registrando temperaturas até 20°C acima da média. Além disso, várias regiões do mundo enfrentaram ondas de calor extremo, como:
- Canadá, Alasca e centro da Sibéria
- Argentina e Chile
- Sudoeste dos Estados Unidos e México
Na Califórnia, Los Angeles quebrou recordes históricos de temperatura, reforçando os impactos das mudanças climáticas em diferentes partes do planeta.
Frente fria no Brasil trará alívio temporário
Uma frente fria se aproxima do Brasil e promete amenizar as sucessivas ondas de calor que persistem desde o início de 2025. A partir de sábado (8), a chegada desse sistema provocará queda de temperatura e chuvas, trazendo alívio para diversas regiões.
No Sul do país, a mudança será mais expressiva. O Rio Grande do Sul, que enfrentou dias escaldantes, pode registrar uma queda de até 6°C nas máximas. As temperaturas, antes entre 35°C e 38°C, devem cair para 25°C a 28°C.
Santa Catarina e Paraná também sentirão o impacto, com redução entre 3°C e 5°C.
No Sudeste, a influência será menor. Estados como São Paulo, sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro terão variações sutis, mantendo o calor predominante.
O choque térmico entre o ar quente e o ar frio pode intensificar a formação de nuvens carregadas, aumentando o risco de temporais, rajadas de vento e trovoadas. O avanço do ar polar entre os dias 10 e 13 de março promete estabelecer um novo padrão atmosférico, mas qualquer resfriamento no Sudeste será passageiro.