Cobra de duas cabeças descoberta em Caetité foi doada para universidades

A relação entre ciência e setor produtivo tem gerado avanços importantes para a pesquisa biológica na Bahia. A mais recente contribuição nesse sentido veio da parceria entre a Bamin e duas universidades estaduais, que agora contam com novos exemplares da fauna silvestre para pesquisa e divulgação científica.

Entre os materiais cedidos está um achado inédito: a Amphisbaena amethysta, popularmente conhecida por cobra-de-duas-cabeças, uma nova espécie identificada no âmbito do Programa de Monitoramento e Resgate de Fauna da Bamin.

A espécie de cobra-de-duas-cabeças cedida é um réptil que se assemelha a uma “minhoca gigante” e possui aproximadamente 26 centímetros de comprimento. Pertencente ao grupo das anfisbenas, a nova espécie se distingue por seu formato de focinho, escamas e número de anéis no corpo. Identificada na Serra do Espinhaço, em Caetité (BA), seu nome homenageia Brejinho das Ametistas, uma área rica em biodiversidade.

O programa, conduzido por especialistas, é parte dos esforços da empresa para preservar e ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade local. Os exemplares, doados à Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e à Universi dade Estadual de Santa Cruz (Uesc), agora integram coleções científicas que servirão de base para estudos em áreas como taxonomia, ecologia e conservação.

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(Foto Divulgação/BAMIN)

Para os pesquisadores, a doação representa um passo significativo na ampliação do conhecimento sobre a fauna regional. A professora Raquel Maluf, da UESB, destaca que os exemplares não apenas enriquecem as coleções acadêmicas, mas também fortalecem o ensino.

“A disponibilização desses exemplares é fundamental para que possamos continuar com o ensino de biologia na universidade. Eles oferecem uma oportunidade única para que nossos alunos tenham contato direto com a fauna local, aprofundando seus conhecimentos em taxonomia, ecologia e conservação. Além disso, essa parceria promove uma melhoria na divulgação da biodiversidade e ampara projetos de extensão voltados à divulgação científica, ampliando o alcance do conhecimento sobre a fauna da região”, afirmou Raquel.

Na UESC, o professor Antônio Argolo, responsável pela Coleção Herpetológica da Universidade, vê a colaboração como uma forma de aproximar academia e setor produtivo. “A parceria entre academia e setor produtivo fortalece a pesquisa e permite que novas descobertas sejam compartilhadas com a comunidade científica e a sociedade. Essa iniciativa é uma forte contribuição para a ciência na Bahia”.

Para Juliana Alves de Jesus, bióloga da Uesc e auxiliar de curadoria da Coleção Herpetológica, o recebimento dos exemplares amplia o potencial de investigação científica. “A chegada desses exemplares amplia significativamente o acervo da nossa coleção e possibilita a realização de novos estudos sobre a fauna local. Além disso, alguns exemplares poderão servir como material didático para aulas práticas, auxiliando na formação de novos pesquisadores e na conscientização sobre a importância da conservação da biodiversidade”.

A Bamin destaca que a doação das amostras é parte de um compromisso mais amplo com a conservação ambiental e a produção de conhecimento. Marcelo Dultra, gerente geral de Sustentabilidade da empresa, ressalta a importância da descoberta e do trabalho dos especialistas envolvidos. “A identificação da Amphisbaena amethysta é um marco para a biodiversidade regional, resultado do trabalho dedicado de nossos biólogos e parceiros”.

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