Uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Instituto Datafolha revelou que 21,4 milhões de brasileiras com 16 anos ou mais foram vítimas de violência no último ano.
O estudo intitulado “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil” aponta que muitas mulheres sofreram mais de um tipo de violência, incluindo física, psicológica, sexual e assédio.
Os dados mostram que 31,4% das mulheres enfrentaram insultos, humilhações ou xingamentos, enquanto 16,9% sofreram agressões físicas como tapas, socos e chutes. Ameaças com faca ou arma de fogo foram relatadas por 6,4% das mulheres, e 1,4% foram esfaqueadas ou baleadas.
A maioria dos casos de violência ocorre no contexto doméstico, com os principais agressores sendo parceiros ou ex-parceiros. Nos últimos 12 meses, 40% dos casos mais graves foram cometidos por cônjuges ou companheiros atuais, e 26,8% por ex-cônjuges ou ex-companheiros.
Segundo a pesquisa, 57% das agressões ocorreram na própria casa das vítimas. Amigos ou conhecidos presenciaram 47,3% dos casos, filhos da vítima 27%, e outros parentes 12,4%. Apenas 7,7% das agressões foram presenciadas por desconhecidos.
Apesar de 55,6% dos brasileiros terem presenciado violência, o medo, a vergonha e a descrença nas instituições fazem com que muitas vítimas não busquem ajuda. Apenas 14,2% das mulheres agredidas procuraram uma Delegacia da Mulher, enquanto 10,3% foram a delegacias comuns e 2,2% à Polícia Militar.
Além disso, 47,4% das mulheres não tomaram nenhuma atitude em relação à agressão mais grave que sofreram. A prevalência de violência é maior entre mulheres de 25 a 34 anos, sendo 37,2% das mulheres negras as que mais relataram violência. Mulheres com baixa escolaridade representam 45,5% das vítimas de violência física grave. Entre as mulheres que frequentam cultos religiosos, 38,7% são evangélicas e 33,2% católicas.