Parte significativa da Região Nordeste deve receber chuvas volumosas pelas próximas semanas.
De acordo com os prognósticos de médio e longo prazo dos principais modelos meteorológicos, algumas localidades podem registrar acumulados entre 300 e 500 milímetros (mm) no período de 30 dias.
A faixa Norte da Região deve ser a mais afetada, incluindo grandes áreas dos estados do Maranhão, Piauí e Ceará. A previsão também indica chuvas nos demais estados, com volumes menores ao sul da Região.
No interior da Bahia, onde não chove em muitas regiões há mais de dois meses, os volumes esperados para o os últimos dias de março e para a primeira quinzena de abril variam entre 50 e 90 mm. Estas localidades podem receber chuvas na última semana do mês. Antes disso, além da estiagem, as altas temperaturas devem continuar assolando algumas regiões.
No litoral, incluindo Salvador, os acumulados previstos são próximos a 100 mm. Apenas o Oeste do Estado e a Matopiba (região de grande potencial agrícola formada por áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) devem receber volumes superiores a 100 mm.
Importante ressaltar que a previsão de longo prazo possui menor previsibilidade e por esta razão é importante acompanhar as atualizações dos órgãos meteorológicos.
Mitigação e resposta aos eventos climáticos
Durante uma reunião virtual realizada nesta quinta-feira, 13 de março, organizada pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) foram discutidas estratégias de mitigação e resposta aos eventos climáticos previstos.
Com base nas previsões feitas pelos órgãos de monitoramento do Governo Federal, a perspectiva é de que os eventos extremos devam se extender para os próximos meses na Região.
Na reunião, que contou com a participação de instituições como o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), foi destacado que as chuvas mais intensas devem ocorrer na região norte do Nordeste, afetando áreas como a bacia hidrográfica do Parnaíba e cidades como São Luís, Teresina e Fortaleza.
Além disso, as regiões metropolitanas de Recife, Salvador, João Pessoa e Maceió necessitarão de monitoramento especial nos próximos meses devido ao risco de inundações e deslizamentos de terra. O tenente-coronel Fonseca, representante da Defesa Civil do Rio Grande do Norte, compartilhou que o estado já iniciou o planejamento para enfrentar os riscos hidrológicos com um mês de antecedência, em colaboração com as coordenadorias municipais de defesa civil.
A coordenadora-geral de Monitoramento e Alerta, Izabella Rufino, reiterou o compromisso do Cenad na preparação dos municípios nordestinos para a chegada do Defesa Civil Alerta, uma nova ferramenta de envio de alertas de emergência do Governo Federal. A iniciativa, coordenada pela Defesa Civil Nacional em parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e operadoras de telefonia móvel, será expandida para os estados do Nordeste, Norte e Centro-Oeste no próximo mês.
Embora algumas áreas enfrentem chuvas intensas, outras regiões do Nordeste podem ter precipitações abaixo da média nos próximos meses, alertando para possíveis episódios de estiagem no semiárido. A Defesa Civil da Bahia, representada por Juliana Evangelista, destacou a importância das reuniões virtuais para o planejamento e atuação coordenada, enfatizando a necessidade de fortalecer a Operação Carro-Pipa para enfrentar a seca no estado.