A Organização Meteorológica Mundial (OMM), parte da ONU, anunciou que 2024 foi o ano mais quente desde o início dos registros em 175 anos. O ano passado ultrapassou 1,5 °C acima da média do período pré-industrial.
Os dados preliminares do relatório indicam um aquecimento global de longo prazo entre 1,34 °C e 1,41 °C em comparação ao período pré-industrial. “Embora um único ano de aquecimento superior a 1,5 °C não indique que os objetivos de temperatura de longo prazo do Acordo de Paris estejam fora de alcance, é um sinal de alerta de que estamos aumentando os riscos para as nossas vidas, economias e para o planeta”, alertou a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo.
De acordo com o relatório, o recorde de temperaturas globais foi influenciado pelo aumento das emissões de gases do efeito estufa e pela alternância entre os fenômenos La Niña e El Niño. Além disso, 2024 registrou níveis recordes de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, os mais altos em 800 mil anos.
O estudo destaca que cerca de 90% da energia retida pelos gases com efeito de estufa é armazenada nos oceanos, levando a uma taxa de aquecimento oceânico sem precedentes nos últimos 65 anos e a uma duplicação da taxa de subida do mar entre 2015 e 2024, comparada ao período de 1993 a 2002.
Os últimos três anos também viram as menores extensões de gelo antártico e a maior perda de massa glacial. No Ártico, as menores 18 extensões de gelo foram registradas nos últimos 18 anos. Os fenômenos meteorológicos extremos do último ano, juntamente com conflitos e altos preços internos de alimentos, agravaram as crises alimentares em 18 países.
“Os líderes têm de tomar medidas para que isso aconteça, aproveitando os benefícios das energias renováveis baratas e limpas para as suas populações e economias, com os novos planos nacionais para o clima que deverão ser apresentados este ano”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres.
O relatório da OMM foi elaborado com contribuições de serviços meteorológicos e hidrológicos nacionais, centros climáticos regionais da instituição e parceiros da ONU, com a participação de dezenas de especialistas.
Com informações da Agência Brasil