O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgaram, nesta quarta-feira, 19 de março, uma nota técnica com o prognóstico climático para o outono de 2025.
O período, que começou às 06h01 desta quinta-feira (20) e termina em 20 de junho às 23h42 (horário de Brasília), é caracterizado pela transição entre o verão quente e úmido e o inverno frio e seco.
Segundo as previsões, grande parte do Brasil terá chuvas abaixo da média histórica e temperaturas acima do esperado, especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
Previsão climática para cada região do Brasil
Região Norte
- Chuvas acima da média no centro-norte da região, favorecidas pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).
- No sul da região, tendência de chuvas abaixo da média ou dentro da normalidade.
- Temperaturas acima da média histórica, podendo chegar a 2°C acima do normal no sudeste do Pará e oeste do Tocantins.
Região Nordeste
- Predomínio de chuvas abaixo da média histórica no centro-sul da região.
- No norte, há expectativa de chuvas mais regulares devido ao deslocamento da ZCIT.
- Temperaturas acima da média, com exceção da faixa litorânea ao norte, que pode ter valores mais amenos devido à maior frequência de dias chuvosos.
Região Centro-Oeste
- Tendência de chuvas abaixo da média histórica em praticamente toda a região, o que já é esperado para essa época, quando ocorre a transição entre os períodos chuvoso e seco.
- Temperaturas acima da média nos próximos meses.
Região Sudeste
- Chuvas abaixo da média histórica em toda a região.
- Possibilidade de eventos isolados de chuva intensa no leste da região, devido à passagem de frentes frias.
- Temperaturas acima da média, mas com chance de quedas bruscas devido à entrada de massas de ar frio, especialmente em áreas de maior altitude.
Região Sul
- Chuvas abaixo da média histórica em Santa Catarina, Paraná e no norte do Rio Grande do Sul.
- No centro-sul do Rio Grande do Sul, previsão de chuvas próximas ou acima da média.
- Temperaturas acima da média, mas com possibilidade de incursões de massas de ar frio, que podem provocar quedas nas temperaturas.
Impactos na agricultura
A previsão climática pode ter efeitos diretos na produção agrícola, especialmente nas culturas de primeira e segunda safra. O déficit hídrico previsto para boa parte do país pode afetar o desenvolvimento das lavouras em algumas regiões.
- No Norte, chuvas acima da média podem dificultar o plantio do milho segunda safra, mas beneficiar as áreas já cultivadas.
- No Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a redução das chuvas pode prejudicar a semeadura, mas facilitar a colheita das lavouras de primeira safra.
- No Centro-Oeste e Sudeste, a falta de chuvas pode acelerar a colheita, mas pode ser prejudicial para as lavouras mais tardias.
- No Sul, a baixa umidade no solo pode impactar culturas de segunda safra, especialmente no Paraná. Já no centro-sul do Rio Grande do Sul, o aumento da umidade pode favorecer lavouras plantadas tardiamente.
Fenômeno La Niña perdeu força, mas ainda influencia o clima
As condições oceânicas recentes indicam que o fenômeno La Niña, que esteve presente nos últimos meses, está dandor lugar a um cenário de neutralidade no Oceano Pacífico Equatorial.
Segundo o APEC Climate Center (APCC), há 66% de probabilidade de transição de La Niña para um padrão neutro durante o trimestre de março a maio. Apesar dessa mudança, o impacto do fenômeno ainda pode ser sentido, especialmente na distribuição das chuvas em diferentes regiões do país.
Os especialistas reforçam a importância do acompanhamento das previsões meteorológicas atualizadas, já que fatores regionais também influenciam o clima. O Inmet e o Cptec/Inpe continuarão emitindo boletins periódicos sobre as condições meteorológicas no Brasil.
Para mais informações e atualizações, acesse o site do Inmet (https://portal.inmet.gov.br/) e acompanhe os canais oficiais do instituto nas redes sociais.
O prognóstico completo para o outono também está disponível na íntegra no portal do Inmet