Durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão, a Embraer firmou um acordo significativo com empresas japonesas do setor aéreo. De acordo com informações do governo brasileiro, a companhia brasileira concretizou a venda de 20 jatos, um negócio avaliado em aproximadamente R$ 10 bilhões.
Além disso, avançaram as negociações para o uso de um combustível sustentável à base de etanol em aeronaves, o que poderá beneficiar o agronegócio brasileiro, especialmente a indústria sucroenergética.
A All Nippon Airways (ANA), principal companhia aérea japonesa, anunciou a compra de 15 aeronaves E-190 e manifestou interesse em adquirir mais cinco unidades, o que contribuirá para o faturamento da Embraer. O Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou que a parceria com o Japão pode abrir portas para novas vendas internacionais, ampliando o mercado da Embraer.
“E com a venda dos aviões para os mercados internacionais, precisaremos preparar mão-de-obra brasileira, estruturando nosso grande plano de preparar nossos jovens para esse novo mercado de trabalho que se desenha no Brasil, que é o da aviação”, afirmou o ministro, ressaltando que o Brasil já desenvolve programas de qualificação para esse setor.
Combustível Sustentável de Aviação (SAF)
As negociações também avançaram para a adoção do Combustível Sustentável de Aviação (SAF) pelo setor aéreo japonês. Esse combustível pode ser produzido a partir de diversas fontes, incluindo etanol derivado da cana-de-açúcar. “O SAF é um combustível que é constituído de etanol. Portanto, é significativo para a indústria do agronegócio brasileiro”, explicou o ministro Silvio Costa Filho.
O combustível sustentável pode ser obtido também a partir de resíduos agrícolas, óleo de cozinha usado, gorduras e milho, entre outros. Segundo o Planalto, o Brasil possui ampla expertise no tema, o que pode potencializar a indústria sucroenergética nacional.
Avião vertical, o veículo do futuro
O presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, que também integrou a comitiva brasileira, destacou o interesse japonês no desenvolvimento do eVTOL, uma aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical. “Nosso plano é o de que ele entre em operação até o final de 2027. É o veículo do futuro, de inovação disruptiva, ideal para países [e cidades] com trânsito intenso, como as do Japão, São Paulo, Los Angeles ou Nova York”, afirmou Gomes Neto.
Os motores elétricos do eVTOL são produzidos por meio de uma joint venture entre a Embraer e uma empresa japonesa, reforçando a colaboração entre os dois países no desenvolvimento de tecnologias inovadoras para o setor aéreo.
Com informações da Agência Brasil.