Entre o final de abril e maio de 2024, o Rio Grande do Sul enfrentou uma das maiores tragédias climáticas do Brasil devido a chuvas intensas.
De acordo com informações da Agência Brasil, as inundações afetaram cerca de 2,4 milhões de pessoas, deixando quase 200 mil desalojadas ou desabrigadas. No auge da crise, 81,2 mil pessoas estavam em abrigos oficiais, além de muitas famílias que buscaram refúgio por conta própria.
No total, 184 pessoas perderam suas vidas e 25 permanecem desaparecidas. A tragédia impactou 478 dos 497 municípios do estado.
O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiu o primeiro aviso de chuvas significativas em 26 de abril de 2024, seguido por um aviso vermelho em 29 de abril, alertando para chuvas superiores a 100 mm em 24 horas em quase todo o estado.
Atuação do INMET
O INMET participou ativamente das reuniões diárias convocadas pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (SEDEC/MIDR), fornecendo previsões meteorológicas para as equipes de busca e resgate. Entre 26 de abril e 5 de maio de 2024, o INMET emitiu 26 avisos meteorológicos de tempo severo, sendo 11 amarelos, 9 laranjas e 6 vermelhos.
Os acumulados de chuva foram históricos em várias localidades. Em 1º de maio de 2024, Santa Maria registrou 213,6 mm de chuva, o maior valor em 112 anos. No dia seguinte, Caxias do Sul registrou 266,2 mm, o maior desde 1961. Em maio, municípios como Caxias do Sul, Soledade e Serafina Corrêa ultrapassaram 500 mm de chuva.
Dados meteorológicos
Porto Alegre registrou o maior total de chuva mensal desde 1916, com 564,8 mm em maio de 2024, superando a média climatológica de 112,8 mm. Outros municípios, como Caxias do Sul, Soledade, Canela e Bento Gonçalves, também registraram totais de chuva significativamente acima da média.
Desde maio de 2024, o Governo Federal investiu mais de R$ 100 bilhões em obras de recuperação e infraestrutura no estado. A Medida Provisória 1260, convertida na Lei 15.105, destinou R$ 25 milhões ao INMET para a aquisição de 98 estações meteorológicas no Rio Grande do Sul, parte do Planejamento Estratégico 2025-2031.
Essas estações captam variações atmosféricas, como temperatura, umidade do ar, precipitação e vento, além de, pela primeira vez, registrar temperatura e umidade do solo.