O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou nesta terça-feira, 13 de maio, o Boletim Agroclimático nº 05/2025, com o panorama climático observado em abril e as previsões para os próximos três meses.
O boletim traz informações relevantes para o planejamento das atividades agrícolas no Brasil, destacando uma tendência de redução das chuvas em grande parte do território nacional e de temperaturas acima da média histórica, especialmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste.
Previsão de chuvas por região (maio a julho)
Norte
Chuvas acima da média são previstas para o norte do Amazonas e Pará, Roraima e Amapá. Já no Acre, Rondônia, Tocantins e no sul da região, os volumes devem ficar abaixo da média. O armazenamento hídrico no solo continuará elevado nessas áreas mais úmidas, mas tende a cair no restante da região a partir de junho.
Nordeste
A previsão aponta chuvas acima da média no norte do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. Nas demais áreas, incluindo o semiárido e o interior da Bahia, o cenário é de chuvas abaixo da média. A faixa litorânea continuará com umidade mais elevada, enquanto o interior deverá enfrentar déficit hídrico, o que pode impactar o desenvolvimento de culturas como o milho segunda safra.
Centro-Oeste
O trimestre marca o início do período seco. São esperadas chuvas abaixo da média em praticamente toda a região. O armazenamento hídrico do solo já apresenta níveis baixos em grande parte do Mato Grosso do Sul e Goiás, cenário que se intensifica em junho e julho. Os cultivos de sequeiro devem enfrentar dificuldades sem irrigação suplementar.
Sudeste
Chuvas abaixo da média também são previstas para toda a região. Há possibilidade de episódios localizados de instabilidade no litoral devido à passagem de frentes frias. As perdas hídricas serão mais significativas no norte de Minas Gerais e no interior de São Paulo, enquanto áreas do sul de Minas e leste paulista manterão níveis de umidade mais favoráveis.
Sul
A previsão indica chuvas abaixo da média no Paraná, Santa Catarina e oeste do Rio Grande do Sul. No entanto, o nordeste gaúcho pode registrar volumes dentro ou acima da média. Os estoques hídricos devem se manter elevados na maioria da região, com recuperação gradual prevista para o Paraná nos meses seguintes.
Previsão de temperaturas
As temperaturas médias devem permanecer acima da média em todas as regiões do país. No Centro-Oeste, Sul do Pará, Tocantins, interior do Nordeste e Sudeste, os desvios podem atingir até +2°C. O litoral nordestino tende a registrar menores anomalias térmicas, o que favorece o conforto térmico e o turismo, especialmente em julho.
Em áreas elevadas do Sudeste e Sul, temperaturas abaixo de 15°C são possíveis, especialmente nas madrugadas. No entanto, mesmo essas regiões sentirão o impacto de massas de ar quente e períodos mais longos de calor, com riscos de estresse térmico para culturas sensíveis.
Condições observadas em abril
O mês de abril registrou volumes elevados de chuva no Amazonas, Acre, Amapá, norte do Nordeste, parte do Centro-Oeste e litoral do Sudeste, com acumulados superiores a 300 mm em várias localidades. Destaques incluem Oiapoque (476 mm), Turiaçu (669 mm) e Teresópolis (mais de 500 mm acima da média histórica).
Por outro lado, o interior do Nordeste, Centro-Sul e partes do Sudeste tiveram precipitações abaixo da média, com queda nos níveis de umidade do solo, especialmente em áreas do semiárido.
As temperaturas máximas ultrapassaram os 36°C no interior do Nordeste, com destaque para Barra (BA) e Paulistana (PI). Já as mínimas foram inferiores a 12°C em áreas serranas como São Joaquim (SC) e Campos do Jordão (SP).
Condições oceânicas
As análises indicam transição para neutralidade no Pacífico Equatorial, com o fim do fenômeno La Niña. As anomalias de temperatura do mar estão próximas de zero, e o modelo do IRI aponta 80% de probabilidade de neutralidade para o trimestre maio-junho-julho.
No Atlântico Tropical, as temperaturas ficaram próximas à média, configurando uma condição de dipolo neutro. Ainda assim, o Atlântico Norte ligeiramente mais frio favoreceu o deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) mais ao sul, o que contribuiu para o aumento das chuvas na costa norte do Brasil.
Mais informações e boletins atualizados podem ser acessados no portal do Inmet