O Brasil ultrapassou a marca de 26 mil cavernas registradas, conforme divulgado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav). O Anuário Estatístico do Patrimônio Espeleológico Brasileiro 2023-2024 apresenta dados de 26.046 cavidades naturais subterrâneas, com informações atualizadas dos anos de 2023 e 2024.
De acordo com o ICMBio, foram registradas 2.668 novas cavernas no sistema, representando um aumento de 11,41% em relação a 2022. “Desde a edição de 2022 do Anuário Estatístico do Patrimônio Espeleológico Brasileiro, foram registradas 2.668 novas cavernas, evidenciando um ritmo constante de descobertas e mapeamento”, afirmou Jocy Cruz, coordenador do ICMBio/Cecav.
Minas Gerais lidera com 12.911 cavernas, seguido por Pará com 3.224, Bahia com 2.017, Rio Grande do Norte com 1.373 e Goiás com 1.136. Esses cinco estados concentram 80% das cavernas conhecidas no país. No que diz respeito aos biomas, o Cerrado abriga 46,10% das cavernas conhecidas, enquanto Pampa e Pantanal têm menos de 1% cada, com 38 e 12 registros, respectivamente.
Os dados do anuário foram correlacionados com temas como bacias hidrográficas, biomas, solos, geologia, unidades de conservação, rodovias, ferrovias, assentamentos rurais, mineração, petróleo, usinas hidrelétricas e linhas de transmissão. As informações são provenientes de diversas bases de dados do Governo Federal.
Desde 2014, o ICMBio/CECAV disponibiliza informações do Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas (CANIE) à sociedade. Instituído pela Resolução Conama 347/2004, o sistema visa fortalecer a gestão e estabelecer parâmetros para o licenciamento ambiental de atividades que possam impactar o patrimônio espeleológico. O CANIE recebe dados de pesquisas científicas, expedições espeleológicas e processos de licenciamento ambiental, consolidando-se como um instrumento essencial para o monitoramento das cavernas no Brasil.
As cavernas desempenham papel crucial no armazenamento de água, conservação de minerais raros e abrigo de espécies endêmicas. Além disso, servem como laboratórios naturais para estudos sobre mudanças climáticas. A importância desses ambientes tem impulsionado um aumento de 280% nas pesquisas científicas relacionadas a cavernas nos últimos 16 anos, conforme levantamento do ICMBio/Cecav.