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Ex-coordenador da PRF confirma ações para barrar eleitores em 2022

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O ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Adiel Pereira Alcântara, confirmou a realização de ações de “policiamento direcionado” para impedir o trânsito de eleitores petistas durante o segundo turno das eleições de 2022.

De acordo com a Agência Brasil, Adiel foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como testemunha de acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) na ação penal do Núcleo 1 da trama golpista, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete denunciados.

Segundo o ex-coordenador, houve ordens de ex-diretores da PRF para realizar blitze direcionadas, com instruções para que ônibus fossem parados pelos policiais. “Estavam criando uma polícia de governo, e não de Estado”, afirmou Adiel.

Ele também mencionou que parte do efetivo da PRF não concordava com o vínculo estabelecido com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que participava de eventos com motocicletas da PRF e divulgava mensagens sobre apreensões realizadas pela instituição.

Relatórios de inteligência

O agente de inteligência Clebson Ferreira de Paula Vieira também prestou depoimento. Ele trabalhou no Ministério da Justiça durante a gestão do ex-ministro Anderson Torres e foi responsável pela produção de relatórios de inteligência para embasar as operações da PRF. Vieira afirmou que a pesquisa foi solicitada por Marília Alencar, secretária da inteligência do ministério, e denunciada como parte da trama golpista.

Vieira relatou ao ministro Alexandre de Moraes que ficou “apavorado” ao descobrir que os levantamentos eram utilizados para justificar blitze ilegais. “À época, eu fiquei apavorado porque uma habilidade técnica foi utilizada para uma tomada de decisão ilegal”, declarou. Ele também confirmou que operações foram realizadas em cidades “sem relevância de fluxo de trânsito”.

Entre os dias 19 de maio e 2 de junho, 82 testemunhas indicadas pela acusação e pelas defesas dos acusados serão ouvidas. Após os depoimentos, Bolsonaro e os demais réus serão convocados para interrogatório, em data ainda a ser definida.

A expectativa é de que o julgamento, que decidirá pela condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus, ocorra ainda este ano. Eles respondem por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.

Os oito réus compõem o chamado Núcleo 1 do golpe e tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março. São eles: Jair Bolsonaro, Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira e Mauro Cid.

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