Os Emirados Árabes Unidos anunciaram um acordo com Israel para permitir a entrega de ajuda humanitária urgente à Faixa de Gaza. A decisão ocorre em meio a alertas da Organização das Nações Unidas sobre a grave situação no enclave, onde 14 mil bebês correm risco de morrer de fome nas próximas 48 horas.
De acordo com a Agência Brasil, o chefe da diplomacia dos Emirados Árabes, Abdallah ben Zayed Al-Nahyane, conversou por telefone com Gideon Saar, ministro israelense dos Negócios Estrangeiros, resultando no acordo para a entrega de ajuda humanitária. A assistência visa inicialmente atender cerca de 15 mil civis em Gaza.
O governo britânico suspendeu negociações comerciais com Israel e convocou o embaixador israelense em Londres, em resposta ao bloqueio da ajuda humanitária. A União Europeia também anunciou que revisará seus laços políticos e econômicos com Israel devido à situação em Gaza.
Retomada limitada
No início da semana, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel precisava evitar a fome em Gaza por razões diplomáticas e anunciou uma retomada limitada de ajuda ao território palestino. Ele autorizou a entrada de 93 caminhões da ONU, mas apenas algumas dezenas conseguiram entrar, segundo as Nações Unidas.
Apesar da entrada limitada de ajuda, a ofensiva israelense continua. Autoridades de saúde palestinas informaram que ataques aéreos israelenses mataram 85 pessoas na última noite. O Exército israelense afirmou que o alvo era um centro de comando do Hamas e que os civis foram alertados com antecedência.
Rever laços
A União Europeia informou que revisará o pacto que rege seus laços políticos e econômicos com Israel devido à situação em Gaza. A alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, destacou a necessidade de ajuda humanitária sem obstruções.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel rejeitou as críticas da UE, afirmando que a guerra foi imposta a Israel pelo Hamas, que recusou propostas de cessar-fogo. Israel agradeceu aos países que apoiaram sua posição na reunião em Bruxelas e apelou à UE para pressionar o Hamas.