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COP 30 deve ser encontro de implementação, diz Marina Silva

A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, afirmou que a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30) será a “COP da implementação”. A declaração foi feita durante uma aula magna no Congresso das Universidades Ibero-americanas, realizado na PUC-Rio, que discute a dívida ecológica e a esperança pública em preparação para o evento.

O congresso, que começou na terça-feira, 20 de maio, e vai até sábado (24), reúne representantes de mais de 200 universidades da América Latina, Caribe, Espanha, Portugal e Estados Unidos. O objetivo é promover o diálogo entre academia e setores público e privado para propor estratégias coordenadas de ação sobre fé e inovação, conforme a agenda da COP 30.

De acordo com a Agência Brasil, Marina Silva destacou a importância de a COP 30, que ocorrerá de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém (PA), ser justa para todos, especialmente para os mais vulneráveis. “Tem que ser a COP da implementação. Nós já discutimos cadernos de verbas, fizemos tudo que dava para protelar. Agora, não tem mais o que fazer. É implementar, implementar, implementar”, afirmou.

A ministra também ressaltou o papel crucial da ciência na preservação da natureza contra os efeitos das mudanças climáticas. Ela defendeu que as políticas devem ser baseadas em dados e evidências científicas, sem ignorar o que as universidades estão produzindo. Marina Silva reforçou a necessidade de manter o limite de aquecimento global em 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, conforme o Acordo de Paris.

Durante o evento, foi exibido um vídeo do papa Leão XIV, que defendeu uma reflexão sobre a remissão entre a dívida pública e a dívida ecológica, proposta pelo papa Francisco para a Jornada Mundial pela Paz de 2025. Marina Silva destacou o privilégio da exibição do vídeo e a importância de preservar e sustentar a vida, conforme a encíclica Laudato Si’, do papa Francisco, que trata do cuidado com o meio ambiente e as pessoas.

Segundo a ministra, o Brasil e as Nações Unidas estão em tratativas com o Vaticano para um balanço ético global sobre o compromisso com a vida, a ser realizado antes da COP 30. A iniciativa já vinha sendo discutida com o papa Francisco e agora com o papa Leão XIV.

Marina Silva também comentou sobre a aprovação do projeto de lei que estabelece um novo marco legal para o licenciamento ambiental no Brasil. Ela criticou a medida, afirmando que desde 1981 o Brasil possui uma lei de licenciamento ambiental que é a base da proteção ambiental do país. “Infelizmente, o que foi aprovado ontem no Senado é como se fosse uma demolição da base de proteção de um país que tem 11% da água doce e 22% das espécies vivas do planeta”, apontou.

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