A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, esteve em Salgueiro (PE) para lançar a Chamada Pública Nordeste, parte da Política Nova Indústria Brasil (NIB), nesta quarta-feira, 28 de maio. Com um orçamento de R$ 10 bilhões, a iniciativa visa fomentar projetos inovadores em Energias Renováveis, Bioeconomia, Descarbonização, Data Centers Verdes e setor Automotivo.
De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a ação é uma parceria entre o MCTI, Finep, BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste, Consórcio Nordeste e SUDENE. O presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, anunciou que o objetivo é selecionar planos de negócio estratégicos para reindustrializar a região, fortalecendo a base industrial nordestina e gerando empregos qualificados.
“Vamos investir em áreas estratégicas como energias renováveis, bioeconomia, indústria farmacêutica, implantação de data centers verdes, indústria automotiva — incluindo máquinas agrícolas —, agroindústria e agricultura familiar. A ideia é fortalecer a presença dessas atividades no Nordeste e garantir que os produtos gerados aqui sejam também industrializados aqui”, detalhou Câmara.
A ministra Luciana Santos destacou a decisão do governo de ampliar o financiamento no Nordeste, fortalecer a inovação e reduzir desigualdades. “Estamos aqui assumindo uma postura ativa, apresentando aos empresários do Nordeste essa opção, para contribuir com a nova política industrial, com o desenvolvimento sustentável, tecnológico e inclusivo da região. Com apoio e investimento adequados, o potencial do nosso povo e das empresas nordestinas pode transformar realidades e projetar ainda mais nosso país no cenário global de inovação”, afirmou.
Coordenação e suporte financeiro
A ação se diferencia pela coordenação entre os principais agentes de fomento do país, que avaliarão e estruturarão, de forma conjunta, Planos de Suporte Conjunto (PSC) para cada proposta selecionada. Esses planos identificarão os melhores instrumentos financeiros para viabilização dos projetos, como crédito incentivado, subvenção econômica, participação acionária e recursos não reembolsáveis.
A ministra também ressaltou que, desde o início da gestão, o MCTI já destinou, via Finep, mais de R$1,3 bilhão para o Nordeste. Na comparação com o governo anterior, os desembolsos médios anuais para a região tiveram um crescimento superior a 250%. “Esse é um governo que enxerga o Nordeste pelo prisma das potencialidades, não das carências. Estamos resgatando um ciclo virtuoso que a região já havia experimentado, nos primeiros governos do presidente Lula e da presidente Dilma”, explicou.
Empresas e cooperativas brasileiras, ou estrangeiras com formalização no país, com atuação ou planos de atuação no Nordeste, são o público-alvo da chamada pública. A expectativa é que a iniciativa impulsione a inovação e a competitividade da indústria nordestina, alinhando-se aos objetivos da Nova Indústria Brasil e contribuindo para um crescimento econômico mais inclusivo e sustentável.
Reforço à segurança hídrica do Nordeste
Além do lançamento da Chamada Pública Nordeste, o evento em Salgueiro (PE) também marcou a assinatura da ordem de serviço para a duplicação da capacidade de bombeamento de água do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF). A cerimônia contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e integra a agenda do Caminho das Águas — iniciativa do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) que, desde o dia 25, percorre o trajeto da Transposição do São Francisco pelos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Com investimento de R$ 491,3 milhões, a obra permitirá ampliar a capacidade de bombeamento de água nas estações intermunicipais EBI-1 (Cabrobó/PE), EBI-2 (Terra Nova/PE) e EBI-3 (Salgueiro/PE). Antes da solenidade, Lula visitou a EBI-3, onde acompanhou de perto o funcionamento da estrutura.
A duplicação beneficiará diretamente 237 municípios e aproximadamente 8,1 milhões de pessoas nos quatro estados nordestinos, reforçando o abastecimento e a segurança hídrica de regiões historicamente afetadas pela seca. O presidente esteve acompanhado do ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e de autoridades locais e federais.