A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) obteve a concessão de patente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para um sistema inovador: o “Sistema automatizado para teste de desempenho de membranas filtrantes”. Desenvolvido em parceria com a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), o equipamento foi registrado sob o número BR10202500709.
De acordo com a UFRB, o sistema foi criado para testar com precisão a eficiência de membranas usadas em diversos tipos de filtração, desde aplicações laboratoriais até uso em escala industrial. A tecnologia permite ajustes na geometria das membranas e dos módulos de teste, ampliando suas aplicações.
O equipamento se destaca por monitorar em tempo real variáveis como fluxo, pressão e rejeição de contaminantes, além de realizar testes de forma padronizada, segura e rápida, com mínima intervenção humana. Segundo Keila Machado Medeiros, professora do Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS) e coordenadora do projeto, “a inovação representa um avanço significativo para setores que dependem da filtração de líquidos e gases, como as indústrias de alimentos e bebidas, farmacêutica, química, sanitária, além das áreas ambiental e de engenharia de materiais”.
Medeiros destaca que a tecnologia pode ampliar a capacidade de laboratórios de ensino e pesquisa, além de ser uma solução estratégica para empresas que desenvolvem ou utilizam membranas filtrantes. O sistema otimiza testes de qualidade, reduzindo custos operacionais e melhorando o desempenho de sistemas de filtração.
Os impactos vão além do ambiente acadêmico ou industrial. Medeiros ressalta que “a disseminação de membranas mais eficientes pode contribuir diretamente para melhorias no saneamento básico, acesso à água potável e redução da poluição hídrica, trazendo benefícios diretos à sociedade”.
Além de Keila Medeiros, do curso de Engenharia de Materiais do CETENS/UFRB, o projeto conta com a participação dos professores Nilmar de Souza e Djoille Denner Damm, dos cursos de Engenharia de Tecnologia Assistiva e Engenharia de Produção, respectivamente. Pela UEPB, participam os pesquisadores Carlos Antônio Pereira de Lima, Geralda Gilvânia Cavalcante e a mestranda Maria Luiza Bronzeado Pessoa, do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental (PPGCTA).
A tecnologia é fruto do trabalho conjunto entre o Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento e Caracterização de Materiais (DCM/UFRB) e o Grupo de Pesquisa em Tratamentos Avançados de Águas (GRUTAA/UEPB). Medeiros afirma que “a concessão da patente reforça o compromisso da UFRB com a inovação, a transferência de tecnologia e o desenvolvimento sustentável”.