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Boletim Agroclimatológico do Inmet detalha previsão para Junho, Julho e Agosto

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O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou nesta segunda-feira, 16 de junho, o mais recente Boletim Agroclimatológico, edição de junho de 2025 (v.60 n. 06), oferecendo uma análise detalhada das condições climáticas observadas em maio e as projeções para os próximos três meses – junho, julho e agosto de 2025.

O documento, que visa auxiliar o planejamento do setor agrícola, inclui informações sobre precipitação, temperatura e armazenamento hídrico no solo.

As projeções, baseadas em um modelo objetivo (multimodelo) desenvolvido em cooperação com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), indicam as seguintes tendências por região:

Região Norte:

  • Chuvas: Previstas acima da média histórica para o norte do Amazonas e Pará, além de todo o estado de Roraima e parte do Amapá, com volumes entre 50 mm e 100 mm acima da média. Condições em torno da média são esperadas para Tocantins, Rondônia, porções central e oeste do Acre, e extremo noroeste do Amapá, onde a redução de chuvas é comum no período.
  • Temperaturas: Devem prevalecer acima da média histórica em quase toda a região, com elevações de até +0,5 °C no centro-sul do Amapá, extremo noroeste do Pará, centro-sul de Roraima, centro-leste e noroeste do Amazonas. No Pará, são previstas elevações em torno de +1 °C, podendo atingir +2 °C na divisa do sudeste do Pará com Tocantins.
  • Armazenamento Hídrico e Déficits: Elevações nos estoques são indicadas para o norte do Pará e Amazonas, Amapá e Roraima. Contudo, em Rondônia, Tocantins e sul do Pará, os estoques tendem a ficar abaixo de 30% já em junho, e essa área de baixos índices de umidade se amplia em julho e agosto, especialmente na porção central e sul da região. Projeções apontam elevados níveis de deficiência hídrica no sul do Pará, Rondônia, leste do Acre e Tocantins (entre -10 mm e -60 mm em junho), expandindo-se para quase todo o Pará em julho (déficits superiores a -100 mm no sudeste) e avançando para o noroeste paraense e centro-leste de Rondônia em agosto. Somente o norte do Amapá, Roraima e a região da Cabeça do Cachorro no Amazonas devem apresentar excedente hídrico.

Região Nordeste:

  • Chuvas: Acima da média são esperadas no litoral do Maranhão, Piauí e Ceará, e na faixa leste, de Pernambuco até a Bahia. Chuvas intensas nas zonas costeiras podem ocorrer devido ao transporte de umidade do Atlântico. Nas demais áreas do Nordeste, a previsão é de chuvas dentro da média histórica, lembrando que a redução de chuvas no interior é comum neste período.
  • Temperaturas: Devem permanecer acima da média histórica em toda a região, com anomalias positivas entre +0,5 °C e +1,0 °C. As menores elevações são esperadas no litoral.
  • Armazenamento Hídrico e Déficits: Os estoques de água no solo tendem a ser mantidos no litoral devido à maior incidência de chuvas. No interior, onde o clima é naturalmente mais seco, os estoques continuarão reduzidos, com aumento gradual do déficit hídrico, principalmente em agosto, em áreas do Maranhão, Piauí, Ceará, e porções oeste do Rio Grande do Norte e Pernambuco.

Região Centro-Oeste:

  • Chuvas: Prognóstico indica chuvas em torno da média em praticamente todo o Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e grande parte do Mato Grosso do Sul. No entanto, no sul do Mato Grosso do Sul, os volumes devem ficar até 30 mm abaixo da média. A região estará em seu período seco, com diminuição da umidade relativa do ar, favorecendo queimadas e doenças respiratórias.
  • Temperaturas: Tendem a se apresentar acima da média em toda a região, com as maiores elevações previstas para Mato Grosso do Sul e parte do Mato Grosso.
  • Armazenamento Hídrico e Déficits: Redução significativa nos estoques é esperada em Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal, com níveis abaixo de 40%. No centro-sul do Mato Grosso do Sul, os níveis de umidade devem permanecer mais elevados (superiores a 60%). Condições de déficit hídrico no solo são previstas em grande parte da região entre junho e agosto, com destaque para o norte de Mato Grosso em agosto, onde a deficiência tende a ser mais acentuada. Esse cenário aumenta a suscetibilidade da vegetação do Cerrado a perdas de folhas e ocorrência de queimadas. Ligeiro excedente de água no solo deve se restringir ao extremo sul do Mato Grosso do Sul.

Região Sudeste:

  • Chuvas: Previsão para o trimestre indica predominância de chuvas próximas e abaixo da média em grande parte de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Chuvas acima da média devem prevalecer no Espírito Santo e nordeste de Minas Gerais.
  • Temperaturas: Tendem a permanecer acima da média histórica em toda a região, principalmente no oeste de São Paulo, onde podem ficar até +2 °C acima da média. Temperaturas inferiores a 14°C podem ocorrer em áreas de maior altitude.
  • Armazenamento Hídrico e Déficits: Em junho, preveem-se elevadas perdas hídricas no noroeste de São Paulo, norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, com níveis de armazenamento hídrico abaixo de 30%, demandando reposição de água para cultivos de outono/inverno. Este cenário de restrição hídrica deve se manter nos meses seguintes. Por outro lado, sul de Minas Gerais e porções sul e leste de São Paulo deverão manter condições satisfatórias de umidade. Déficit de água no solo é previsto em grande parte da região nos próximos meses, com excesso de umidade restrito ao sudeste de São Paulo.

Região Sul:

  • Chuvas: Indicação de chuvas próximas e abaixo da média histórica no Paraná e Santa Catarina, mas acima da climatologia no Rio Grande do Sul.
  • Temperaturas: Permanecerão acima da média em toda a região. No entanto, em áreas mais elevadas, os valores poderão ficar abaixo de 15 °C devido à entrada de massas de ar frio.
  • Armazenamento Hídrico e Déficits: Estoques hídricos elevados são indicados em grande parte da região ao longo do trimestre. O armazenamento de água no norte do Paraná poderá sofrer redução em agosto devido à falta de chuvas, mas não há previsão de déficits hídricos significativos na região no período.

Fatores oceânico

A interação entre a superfície dos oceanos e a atmosfera desempenha um papel crucial nas condições climáticas do Brasil. O Boletim do Inmet destacou:

Dipolo do Atlântico: Em maio de 2025, as anomalias de temperatura no Atlântico Tropical Norte (0,10°C) e Sul (0,14°C) indicaram uma condição de neutralidade do Dipolo do Atlântico. Contudo, um aquecimento ligeiramente mais acentuado no Atlântico Norte, em comparação com o mês anterior, favoreceu o deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para uma posição mais ao norte de sua climatologia. Este fenômeno resultou na redução das chuvas ao longo da costa norte da Região Nordeste.

El Niño-Oscilação Sul (ENOS): No Oceano Pacífico Equatorial, a região de referência Niño 3.4 (entre 170°W e 120°W) apresentou anomalias de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) próximas de zero nos últimos meses, reforçando a persistência das condições de neutralidade. A análise do modelo de previsão do ENOS, realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta para a permanência da neutralidade durante o trimestre junho-julho-agosto (JJA/2025), com 73% de probabilidade.

Análise das Condições Climáticas Observadas em Maio de 2025

Durante o mês de maio de 2025, o cenário climático no Brasil foi caracterizado por:

Precipitação: Os maiores volumes de chuva, acima de 150 mm, ocorreram no centro-norte da Região Norte, leste do Nordeste e no Rio Grande do Sul, contribuindo para a manutenção da umidade do solo. Destaque para Oiapoque (AP) com 406,4 mm, São Gabriel da Cachoeira (AM) com 369,4 mm, Maceió (AL) com 519,2 mm, Salvador (BA) com 422,8 mm, Jaguarão (RS) com 216,6 mm, Alegrete (RS) com 475,4 mm e São Borja (RS) com 389,0 mm. Por outro lado, menores acumulados, abaixo de 70 mm, foram observados no interior do Nordeste e em grande parte central do país.

Umidade do Solo: Níveis de umidade satisfatórios foram mantidos nas áreas com maiores chuvas, como a costa leste do Nordeste, noroeste do Maranhão, e grande parte da Região Sul, beneficiando culturas como milho e feijão. No entanto, houve redução da umidade no interior do Nordeste, parte central do país, região central de Goiás, centro-norte de São Paulo e partes de Minas Gerais, o que pode ter causado restrições hídricas para o milho segunda safra e trigo de sequeiro.

Temperaturas: As médias das temperaturas máximas foram elevadas, ultrapassando 32°C no centro-norte do país e 34°C em grande parte do Nordeste, Tocantins e Pará, com destaque para Alvorada do Gurguéia (PI) com 36,6°C. As temperaturas mínimas médias ficaram acima de 24°C na Região Norte e meio-norte da Região Nordeste. Em contraste, em áreas mais elevadas de Minas Gerais e São Paulo, bem como na Região Sul, as mínimas variaram entre 12°C e 16°C, com registros de 8,2°C em Monte Verde (MG) e 8,8°C em Campos do Jordão (SP).

Veja o Boletim Agroclimatológico completo

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