O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou, nesta quarta-feira, 18 de junho, o prognóstico climático para o inverno de 2025, que começa oficialmente às 23h42 do dia 20 de junho e termina em 22 de setembro. A previsão indica que a estação será marcada por temperaturas acima da média e chuvas escassas em diversas regiões do país.
De acordo com a nota técnica elaborada em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a estação deve manter o padrão típico de tempo seco nas regiões Centro-Oeste, Sudeste, parte do Norte e interior do Nordeste, com baixa umidade relativa do ar e aumento no risco de queimadas e doenças respiratórias.
A previsão também aponta neutralidade nas condições oceânicas do Pacífico Equatorial, ou seja, não há atuação dos fenômenos El Niño ou La Niña, o que contribui para uma maior variabilidade nas condições climáticas. Segundo o APEC Climate Center, a chance de manutenção dessa neutralidade durante o inverno é de 68%.
Regiões
Região Nordeste
A previsão indica predominância de chuvas próximas à média no interior nordestino, sendo que esta região já se encontra em seu período seco. Nas demais áreas, são previstas chuvas abaixo da média, porém a presença de águas mais quentes que o normal no oceano Atlântico tropical, pode favorecer a ocorrência de chuvas na costa leste do Nordeste.
Em relação a temperatura, a previsão indica para este inverno o predomínio de temperaturas acima da média em toda a região, principalmente no sul do Maranhão, onde podem ocorrer temperaturas médias de até 2ºC acima da média.
Região Centro-Oeste
Na Região Centro-Oeste, o período seco já teve seu início a partir do mês de maio. A previsão para o inverno indica condições de chuvas abaixo da média climatológica em toda a região, com tendência de diminuição da umidade relativa do ar nos próximos meses, com valores diários que podem ficar abaixo de 30% e picos mínimos abaixo de 20%.
As temperaturas tendem a apresentar-se acima da média, devido a permanência de massas de ar seco e quente, favorecendo a ocorrência de queimadas e incêndios florestais (Figura 3b).
Região Sudeste
A previsão para o inverno na Região Sudeste indica predomínio de chuvas abaixo da média, porém não se descartam chuvas em áreas pontuais do litoral da região, devido a passagem de frentes frias.
As temperaturas tendem a permanecer acima da média em grande parte da região, porém não se descarta a possibilidade de queda na temperatura média do ar devido à entrada de massas de ar frio em alguns dias, podendo ocorrer formação de geadas em pontos isolados de regiões com altitude elevada.
Região Sul
O prognóstico do CPTEC/INMET/FUNCEME para os meses de inverno indica condições favoráveis para chuvas próximas e acima da média em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As condições de chuvas abaixo da média são previstas para o Paraná.
Para a Região Sul, são previstas temperaturas acima da média na maior parte do inverno, com os maiores valores concentrados no estado do Paraná. No entanto, a atuação de massas de ar de origem polar poderá ocasionar quedas pontuais de temperatura ao longo da estação, favorecendo a ocorrência de geadas em algumas áreas, especialmente nas regiões de maior altitude.
Condições Ocêanicas
Para o inverno de 2025, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) destaca que o cenário climático será influenciado por condições neutras no oceano Pacífico Equatorial, ou seja, sem a presença dos fenômenos El Niño ou La Niña. Essa fase de neutralidade deve se manter ao longo de toda a estação, com probabilidade de 68%, conforme projeções do APEC Climate Center.
Em relação ao oceano Atlântico Tropical, observou-se a persistência de águas mais aquecidas na porção norte e mais frias na porção sul, o que tende a inibir a formação de chuvas sobre a região Nordeste do Brasil, especialmente no interior. Esse padrão pode também favorecer chuvas costeiras esparsas, especialmente no leste da região, devido à intensificação da umidade vinda do oceano.
No Atlântico Sul, o resfriamento das águas contribui para o bloqueio da umidade em direção ao interior do país, mantendo o padrão seco típico da estação nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Esse comportamento oceânico, aliado à ausência de grandes sistemas moduladores como El Niño ou La Niña, favorece uma maior variabilidade climática, tornando a atuação de frentes frias mais localizada e menos frequente.
Essas condições oceânicas, portanto, reforçam o cenário de inverno mais seco e quente em grande parte do país.
Impactos na agricultura
A previsão também aponta impactos importantes para o setor agrícola. A escassez de chuvas pode prejudicar culturas como milho segunda safra e feijão em fase de floração no Norte e Centro-Oeste. Por outro lado, a redução da umidade pode favorecer a colheita em áreas onde as lavouras já estão em fase final de maturação, especialmente em regiões do Matopiba e Sudeste.
No Sul, a umidade no solo deve ser suficiente para beneficiar lavouras de trigo no centro-sul do Rio Grande do Sul, apesar da previsão de tempo mais seco no Paraná.
O prognóstico completo está disponível no site do Inmet: https://portal.inmet.gov.br.