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De Minas a Pernambuco, Nova Hidrovia do São Francisco Vai Integrar o Brasil

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A retomada da movimentação comercial pelo Rio São Francisco, conhecido como Velho Chico, promete fortalecer a logística brasileira de maneira eficiente e sustentável. Com 2,8 mil quilômetros de extensão, o rio banha 505 municípios e abastece 11,4 milhões de pessoas, apresentando um grande potencial para o transporte de cargas.

O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) anunciou recentemente a Nova Hidrovia do São Francisco, que visa reativar a navegação comercial entre Pirapora, em Minas Gerais, e Petrolina, em Pernambuco.

De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos, os 1.371 quilômetros navegáveis da nova hidrovia permitirão a retomada das operações comerciais, interrompidas desde 2012 devido ao assoreamento de trechos do rio. O ministro Silvio Costa Filho destacou o interesse de grandes grupos na operação hidroviária, ressaltando a importância do projeto para a logística nacional e o desenvolvimento da Região Nordeste.

Navegação e sustentabilidade

O diretor do Departamento de Navegação e Fomento da Secretaria Nacional de Hidrovias e Navegação do MPor, Otto Luiz Burlier, afirmou que a hidrovia é uma forma sustentável de transporte de cargas, mais barata e menos poluente que as rodovias.

O Ministério tem investido em concessões hidroviárias para promover transportes mais sustentáveis e mitigar as mudanças climáticas. Um comboio hidroviário pode substituir até 1,2 mil caminhões, reduzindo emissões de CO₂ e o desgaste das rodovias.

Atualmente, cerca de 70% das cargas no Brasil são transportadas por rodovias. Burlier defende o aproveitamento dos 60 mil quilômetros navegáveis do país, dos quais apenas 20 mil são utilizados comercialmente.

A descentralização da gestão da hidrovia, atualmente sob o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), será transferida para a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), que iniciará estudos técnicos para a retomada da navegação.

Etapas do projeto

O projeto da Nova Hidrovia do São Francisco será dividido em três etapas, todas com integração intermodal por rodovias e ferrovias. A primeira etapa, com 577 quilômetros de extensão, ligará Juazeiro e Petrolina a Sobradinho e Ibotirama, na Bahia.

A previsão é que cinco milhões de toneladas de cargas sejam movimentadas no primeiro ano. A segunda etapa terá 156 quilômetros entre Ibotirama e Bom Jesus da Lapa, e a terceira etapa aumentará a hidrovia em 648 quilômetros até Pirapora.

Haverá conexão com a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), até os portos de Ilhéus, Porto Sul e Aratu-Candeias. Produtos como gesso, açúcar, óleo, sal e café serão transportados pela hidrovia, conectando o Sudeste ao Nordeste e à região do MATOPIBA, conhecida pela forte produção agrícola.

Instalações portuárias

O projeto também prevê a construção de 17 Instalações Portuárias Públicas de Pequeno Porte (IP4) nos estados da Bahia, Pernambuco e Alagoas. Seis instalações estão em fase de projeto e 11 em planejamento. Os editais para os IP4 de Petrolina e Juazeiro estão previstos para setembro, com início das obras em janeiro de 2026.

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