FOTO: REPRODUÇÃO | PAULO PINTO - AGÊNCIA BRASIL
Milhões de vidas correm risco com queda de vacinação infantil

Milhões de vidas correm risco com queda de vacinação infantil

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Um estudo publicado na revista The Lancet alerta para a queda na vacinação infantil contra doenças graves em todo o mundo. Segundo os autores, essa redução é atribuída a desigualdades econômicas crescentes, interrupções causadas pela pandemia de covid-19 e desinformação sobre os efeitos das vacinas.

Desde a pandemia, milhões de crianças ficaram desprotegidas contra doenças como sarampo, tuberculose e poliomielite, aumentando o risco de surtos.

De acordo com a Agência Brasil, a vacinação contra o sarampo diminuiu em quase 100 países. A União Europeia registrou quase dez vezes mais casos de sarampo em 2024 do que em 2023. Nos Estados Unidos, o número de casos confirmados de sarampo em maio ultrapassou o total de 2024. Os pesquisadores também destacam a queda nas taxas de vacinação em países ricos, como Europa e EUA.

O principal autor do estudo, do Instituto de Métricas e Avaliações de Saúde da Universidade de Washington, afirma que a vacinação infantil de rotina é uma das intervenções de saúde pública mais eficazes e econômicas, mas está em declínio. Em 2023, quase 16 milhões de crianças não foram vacinadas, principalmente na África Subsaariana e no sul da Ásia.

O estudo também alerta para o aumento de casos de poliomielite, doença que havia sido erradicada em várias regiões graças à vacinação. Relatos de casos surgiram no Paquistão e Afeganistão, enquanto a Papua-Nova Guiné enfrenta uma epidemia. A poliomielite é uma doença grave que pode causar paralisia irreversível e é altamente contagiosa, afetando principalmente crianças com menos de cinco anos.

Os pesquisadores recomendam que todos os países invistam no fortalecimento dos sistemas de saúde primários. O estudo avaliou a vacinação infantil global de 1980 a 2023, divulgando estimativas para 204 países e territórios. Apesar dos avanços nos últimos 50 anos, a situação está mudando devido a desigualdades globais, desafios da pandemia, desinformação e hesitação em relação à vacinação.

Emily Haeuser, coautora do estudo, acrescenta que o aumento de pessoas deslocadas e disparidades causadas por conflitos armados, instabilidade política, incerteza econômica e crises climáticas também contribuem para o enfraquecimento dos programas de vacinação. O resultado é o aumento de epidemias de doenças evitáveis por vacinas.

O estudo foi divulgado antes da conferência de doadores da Aliança Gavi para Vacinas, realizada em Bruxelas. O Gavi é uma parceria público-privada que promove a vacinação de metade das crianças do mundo contra doenças com alto índice de mortalidade. Desde 2000, o Gavi ajudou a imunizar milhões de crianças, prevenindo mais de 14 milhões de mortes e reduzindo a mortalidade infantil em 73 países com baixos índices de desenvolvimento.

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