O governo federal anunciou que a segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNU) terá uma novidade importante: a igualdade de gênero na convocação para a segunda etapa. De acordo com a Agência Brasil, o número de mulheres chamadas será igual ao de homens, tanto nas categorias de livre concorrência quanto nas de cotas.
Segundo a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, essa decisão foi tomada após a constatação de que, no último concurso, as mulheres, apesar de representarem 56,2% dos inscritos, foram minoria na segunda fase em sete dos oito blocos de áreas dos concursos.
A segunda etapa do concurso convoca candidatos em número correspondente a nove vezes o número de vagas disponíveis. No concurso de 2024, houve uma desistência significativa de candidatas após a primeira etapa, com apenas 39,3% delas avançando para a fase seguinte. A maior disparidade foi no bloco de tecnologia, dados e informação, onde as mulheres representaram apenas 8,4% dos aprovados.
Esther Dweck destacou que a equiparação de gênero não se trata de uma reserva de vagas, mas de uma política afirmativa para garantir mais inclusão e oportunidades para as mulheres na segunda etapa do concurso. A decisão também considera que as mulheres são frequentemente responsáveis pelo cuidado doméstico, o que pode impactar sua participação em concursos.
Além disso, medidas de apoio às mulheres aprovadas nos cursos de formação estão sendo implementadas. “Nos cursos que o ministério estava coordenando, a gente exigiu que tivesse uma sala de amamentação, uma sala para as crianças ficarem com algum responsável que pudesse cuidar delas”, afirmou a ministra.