A Ponte Presidente Dutra, que liga as cidades irmãs de Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia, é muito mais do que uma estrutura de concreto e aço; é um verdadeiro símbolo da união e do desenvolvimento do Vale do São Francisco.
Inaugurada em 16 de junho de 1954, a ponte completou 70 anos em 2024, testemunhando e impulsionando o crescimento da região e unindo a cultura ribeirinha de duas das principais cidades dos dois estados.
Um dos aspectos mais curiosos da Ponte Presidente Dutra é o seu apelido popular: “Ponte Picolé”. Este termo surgiu devido à diferença no andamento das obras de modernização dos acessos. A parte da ponte que se encontra em território pernambucano, em Petrolina, teve suas vias de acesso duplicadas antes do lado baiano, em Juazeiro.
Essa assimetria visual e funcional inspirou a analogia com um picolé, em que uma parte está pronta e a outra ainda por completar. O apelido, embora bem-humorado, também reflete a expectativa da população por melhorias completas na infraestrutura que conecta as duas cidades.
Atualmente, a Ponte Presidente Dutra e seus acessos são palco de um conjunto de obras de grande envergadura, que visam modernizar e otimizar o fluxo de veículos e pedestres entre Petrolina e Juazeiro. Essas intervenções fazem parte do projeto de Travessia Urbana das duas cidades e contam com investimentos que somam R$ 330 milhões.
Em Petrolina, as obras incluem a duplicação das vias da BR-407/PE, a construção de um viaduto e de uma nova ponte sobre o riacho Vitória. Essas melhorias visam desafogar o trânsito e proporcionar um acesso mais eficiente à ponte.
Do lado de Juazeiro, as intervenções são igualmente significativas. O projeto contempla a duplicação de trechos urbanos das rodovias BR-407/BA e BR-235/BA, bem como a construção de cinco novos viadutos com quatro faixas e acostamento. A ampliação da ponte é prevista, mas ainda não foi iniciada.
Recentemente, uma nova rampa de acesso entre Petrolina e Juazeiro foi liberada para circulação, marcando um avanço importante nas obras. Outras intervenções, como a interdição temporária de rampas para execução dos trabalhos, estão sendo implementadas para garantir a segurança e a eficiência das obras.
Arcos vão ser mantidos
A ponte inspirou a música “Petrolina, Juazeiro”, composta por Francisco Agra e Jorge de Altinho. Chico Agra é o autor da letra, e a música foi posteriormente adaptada e co-escrita por Jorge de Altinho. A canção, um clássico do forró, conhecida nacionalmente nas vozes de artistas como Luiz Gonzaga, Geraldo Azevedo e Alceu Valença, celebra a relação entre as cidades as duas cidades, pertencentes a estados diferentes e separadas pelo rio São Francisco.
Um trecho da canção fala sobre o mecanismo de elevação da ponte para a passagem das grandes embarcações que fizeram do Velho Chico uma das principais vias de conexão do Nordeste com o Sudeste do Brasil.
Um dos pontos que gerou discussão recente foi a suposta remoção do mecanismo de elevação da ponte. A estrutura metálica, que permite a elevação de um trecho central para passagem de embarcações, permanece instalada. O DNIT esclareceu que não há previsão de retirada do mecanismo, desmentindo rumores que circularam em redes sociais.
Embora o uso da elevação seja cada vez mais raro devido à redução do tráfego fluvial, a estrutura segue como patrimônio histórico e engenheirístico da região. Qualquer alteração estrutural na ponte deve passar por avaliação técnica e legal.
Transformação Urbana em Juazeiro
As obras em Juazeiro têm como objetivo transformar significativamente o cenário urbano da cidade. Além da construção dos viadutos e da duplicação das rodovias, os trabalhos incluem melhorias no acesso à Ponte Presidente Dutra e a requalificação de importantes vias urbanas.
O Ministro dos Transportes informou que tem acompanhado de perto o andamento das obras, cobrando celeridade na execução. A expectativa é de que a conclusão das intervenções em Petrolina ocorra até dezembro de 2025, enquanto em Juazeiro, os trabalhos devem ser finalizados em julho de 2026.
A Ponte Presidente Dutra segue como um dos principais símbolos do desenvolvimento regional, reforçando a integração entre os estados da Bahia e de Pernambuco e promovendo a mobilidade e o crescimento econômico no Vale do São Francisco.
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