Foto: José Cruz/Agência Brasil
Câncer de mama manifestação cobra acesso a tratamento aprovado no SUS

Câncer de mama: manifestação cobra acesso a tratamento aprovado no SUS

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Pacientes oncológicas e representantes da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) realizaram uma manifestação nesta quarta-feira (9), em frente ao Ministério da Saúde, em Brasília. O protesto visa garantir o acesso a tratamentos para câncer de mama em estágio avançado e metastático, já aprovados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas ainda não disponibilizados.

De acordo com a Femama, o objetivo é sensibilizar o Ministério da Saúde a promover o acesso a medicamentos que constam no Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do câncer de mama, conhecido como PCDT Rosa, publicado em dezembro do ano passado. “A função desse protocolo é padronizar e regulamentar todas as linhas de cuidado do câncer de mama, com todas as medicações de cada linha de tratamento”, explicou Mely Paredes, coordenadora de comunicação da Femama.

A mobilização faz parte da campanha “PCDT Rosa: quantos passos faltam?”, que destaca a caminhada pelo acesso ao tratamento para câncer de mama, simbolizando em passos dados o tempo de aprovação e disponibilização das terapias na rede pública. Em 5 de junho deste ano, completaram-se seis meses da publicação do documento, mas o acesso às medicações para tratamento de câncer de mama avançado e metastático ainda não acontece.

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Entenda o protocolo clínico

O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de câncer de mama, aprovado em dezembro de 2024, visa otimizar o acesso ao diagnóstico e tratamento da doença no SUS, padronizando o cuidado e regulamentando a disponibilização de terapias. Segundo a Femama, apesar da aprovação do documento, muitas mulheres com câncer de mama avançado e metastático na rede pública não têm acesso aos novos medicamentos incorporados, o que impacta na qualidade de vida e na taxa de sobrevida.

Em 2021 e 2022, duas portarias oficializaram a incorporação de inibidores de ciclina e da medicação trastuzumabe entansina no SUS. A campanha “PCDT Rosa: quantos passos faltam?” foi organizada para mostrar o quanto já se caminhou desde a incorporação dos tratamentos. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que são esperados cerca de 74 mil novos casos anuais de câncer de mama no Brasil, e cerca de 75% da população depende exclusivamente do SUS.

“Ao se considerar que uma pessoa saudável caminha cerca de 7 mil passos por dia e que essa caminhada teve início em 2021, mais de 8,9 milhões de passos foram dados até o marco dos seis meses da publicação do PCDT, em junho de 2025, sem que a disponibilização igualitária dos novos medicamentos para as pacientes fosse uma realidade”, destacou a Femama.

Histórias de luta

Cintia Cerqueira, de 49 anos, é uma das pacientes que enfrentam dificuldades para acessar tratamentos adequados. Diagnosticada com câncer de mama em 2018, a doença já havia se espalhado para os ossos e o cérebro no ano seguinte. Durante os últimos sete anos, Cintia convive com metástase e precisou acionar a Justiça para ter acesso aos medicamentos indicados pelo oncologista.

“Eles cuidam daqueles que têm chance de ser curado, mas não cuidam dos que não têm chance de cura. Antes, eu não andava. Ficava mais deitada, não dava conta de varrer uma casa. Hoje, eu ando. Mudou minha vida completamente. A qualidade é outra. Tudo por causa da medicação”, relatou Cintia. Ela destaca que a luta é para que os medicamentos sejam liberados, garantindo o mesmo direito de tratamento que pacientes com câncer primário têm.

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