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Cavernas do Rio São Francisco podem se tornar patrimônio da humanidade

Cavernas do Rio São Francisco podem se tornar patrimônio da humanidade

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O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, no norte de Minas Gerais, está entre os locais que poderão receber o título de Patrimônio Mundial Natural pela UNESCO. A decisão será tomada durante a 47ª reunião do Comitê de Patrimônio Mundial, marcada para ocorrer de 6 a 16 de julho, em Paris.

Se confirmado, o reconhecimento internacional virá poucos dias antes de uma data simbólica para a conservação ambiental no Brasil: em 18 de julho, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) completa 25 anos de criação.

Criado em 1999, o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu ocupa uma área de 56.448 hectares nos municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões. O parque abriga um dos mais importantes conjuntos de cavernas, sítios arqueológicos e pinturas rupestres do país, com 114 sítios catalogados, formações geológicas únicas e uma biodiversidade que reúne elementos da Caatinga, do Cerrado e da Mata Atlântica.

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Para Ana Cristina Moeri, diretora-presidente do Instituto Ekos Brasil, que atua no Peruaçu desde 2003, o reconhecimento da UNESCO é resultado de um longo trabalho de conservação.

“O possível reconhecimento como Patrimônio Mundial Natural representa não apenas a valorização de um tesouro natural e cultural brasileiro, mas também o resultado de mais de duas décadas de trabalho conjunto entre poder público e iniciativa privada para a preservação deste território único”, afirma.

Conservação e comunidades locais

O Peruaçu é um exemplo de como as parcerias entre governo, organizações não governamentais e comunidades locais fortalecem a conservação ambiental. O Instituto Ekos Brasil mantém, há oito anos, um acordo de cooperação com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) para implementar ações no parque. Entre os destaques estão o apoio à gestão do uso público, pesquisas científicas, recuperação de nascentes e projetos socioambientais na Área de Proteção Ambiental (APA) Cavernas do Peruaçu.

Além da preservação ambiental, as ações têm gerado benefícios diretos para as comunidades do entorno, incluindo povos tradicionais e indígenas. O desenvolvimento do turismo sustentável, a valorização da cultura local e projetos como o Florescer no Cerrado, que capacita lideranças femininas em gestão de negócios sustentáveis, e o Floresta Viva, voltado à restauração de nascentes e áreas degradadas, são exemplos de iniciativas que unem conservação e desenvolvimento socioeconômico.

“O reconhecimento internacional do Peruaçu pode impulsionar ainda mais o turismo sustentável na região, trazendo visibilidade e recursos para a conservação e para as comunidades locais. É um exemplo concreto de como a conservação ambiental pode caminhar junto com o desenvolvimento”, ressalta Ana Moeri.

SNUC completa 25 anos

A possível elevação do Peruaçu a Patrimônio Mundial Natural acontece no mesmo ano em que o Brasil se prepara para receber a COP30, reforçando a importância das áreas protegidas para o cumprimento das metas climáticas e de preservação da biodiversidade.

Criado pela Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, o SNUC estabeleceu critérios e normas para criação, implantação e gestão das unidades de conservação no Brasil, organizando-as em dois grupos: Proteção Integral e Uso Sustentável. Atualmente, o país conta com mais de 2.500 unidades de conservação, que protegem cerca de 18% do território nacional e 29% das águas jurisdicionais brasileiras.

“O aniversário do SNUC e a possível consagração do Peruaçu nos convidam a refletir sobre a importância das áreas protegidas para que o Brasil cumpra suas metas ambientais. As parcerias entre governo, setor privado e terceiro setor são essenciais para garantir a efetividade dessas áreas”, completa Ana Moeri.

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