O Ministério da Saúde recebeu, nesta sexta-feira, 11 de julho, o primeiro lote de insulinas produzidas por meio do programa Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). Este programa integra a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde.
O Brasil retomará a fabricação do medicamento 100% nacional, através de transferência de tecnologia da farmacêutica indiana Wockhardt, em parceria com o laboratório público Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a empresa brasileira Biomm.
De acordo com o Ministério da Saúde, o ministro Alexandre Padilha participou do evento de entrega do lote com 207.385 unidades do medicamento, sendo 67.317 frascos de insulina regular e 140.068 de insulina NPH, na fábrica da Biomm, em Nova Lima (MG). “Depois de mais de duas décadas sem produzir insulina humana, o Brasil retoma essa fabricação para ser entregue ao Sistema Único de Saúde e contribuir com a saúde da população”, destacou Padilha.
“É o Brics acontecendo na realidade, mudando a vida da população brasileira e gerando emprego, renda e tecnologia aqui em Minas Gerais”, acrescentou o ministro, referindo-se ao bloco econômico que inclui a Índia, país que viabilizou a parceria. Segundo a pasta, após a transferência total da tecnologia, o Brasil produzirá 50% da demanda relacionada às insulinas NPH e regular no SUS.
Investimentos e Benefícios
A iniciativa conta com investimentos de R$ 142 milhões na aquisição da tecnologia, beneficiando cerca de 350 mil pessoas com diabetes. Os contratos preveem a entrega para a rede pública de 8,01 milhões de unidades de insulina, entre frascos e canetas, em 2025 e 2026. A partir da aquisição inicial, terá início o processo de transferência de tecnologia, conforme as diretrizes da PDP.
Ao final da transferência, a produção do medicamento será totalmente brasileira, com a Funed e a Biomm capacitadas para fabricar o medicamento no país e abastecer o SUS de forma autônoma. Nas PDPs, instituições públicas e empresas privadas compartilham responsabilidades para a produção nacional do insumo farmacêutico ativo (IFA) e do produto objeto de PDP, em um processo de transferência de tecnologia reversa.
A transferência é efetivada por meio de etapas que incluem a realização de embalagens, controle de qualidade dos insumos, produção do produto acabado e do Insumo Farmacêutico Ativo no Brasil, possibilitando, assim, a produção local do medicamento que será fornecido ao SUS.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece assistência integral às pessoas com diabetes, desde o diagnóstico até o tratamento adequado, de acordo com o quadro clínico de cada paciente. A porta de entrada para o cuidado é a Atenção Primária à Saúde, que realiza o acompanhamento contínuo por meio de equipes multiprofissionais. Atualmente, são ofertados quatro tipos de insulinas: insulinas humanas NPH e regular e insulinas análogas de ação rápida e prolongada, além de medicamentos orais e injetáveis para diabetes mellitus.