As bacias hidrográficas desempenham um papel essencial no abastecimento de água para a população, na produção agrícola, na geração de energia e na preservação do equilíbrio ambiental. Reconhecendo essa importância, o Governo Federal, por meio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), tem atuado de forma estratégica na gestão integrada e na revitalização dessas áreas, com atenção especial às regiões mais vulneráveis à escassez de água, como o semiárido brasileiro.
Segundo o diretor do Departamento de Revitalização de Bacias Hidrográficas da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Nelton Friedrich, uma bacia hidrográfica é a área onde toda a água da chuva converge para um único ponto de saída, geralmente um rio principal e seus afluentes.
“Essa dinâmica natural faz da bacia hidrográfica a unidade ideal para o planejamento de políticas públicas de segurança hídrica”, destaca. Ele complementa: “A natureza não respeita fronteiras administrativas como estados ou municípios — ela se organiza por bacias. Diante da crise hídrica e da degradação dos nossos cursos d’água, é urgente revitalizar essas áreas, recuperar nascentes, conservar o solo, investir em saneamento básico e cultivar uma verdadeira cultura da água.”
Atualmente, o MIDR coordena projetos que somam R$ 1,65 bilhão em investimentos destinados à revitalização de bacias hidrográficas. As ações incluem obras de saneamento básico, reflorestamento, conservação do solo, combate à erosão e recomposição de matas ciliares — práticas fundamentais para manter os rios vivos e garantir água de qualidade e em quantidade suficiente para diversos usos.
Os principais focos de atuação estão nas bacias dos rios São Francisco e Parnaíba, além de outras áreas estratégicas de grande relevância para a sustentabilidade hídrica nacional. Esses investimentos não apenas contribuem para a preservação ambiental, mas também promovem o desenvolvimento regional, a inclusão social e o fortalecimento da resiliência das comunidades diante das mudanças climáticas.
As iniciativas seguem as diretrizes do Plano Nacional de Revitalização de Bacias Hidrográficas (PNRBH), que estabelece estratégias para a preservação, conservação e recuperação dessas áreas, com o objetivo de assegurar o uso sustentável dos recursos hídricos e melhorar as condições socioambientais nas regiões beneficiadas.
Além da atuação do poder público, o engajamento da sociedade é fundamental para o sucesso dessas ações. “A água é um bem comum, um direito humano essencial à vida, ao meio ambiente, à economia, à agricultura e ao desenvolvimento. Por isso, a gestão dos recursos hídricos precisa ser descentralizada, participativa e comprometida com o cuidado coletivo. Nunca foi tão necessário unir esforços como agora”, conclui Friedrich.