O Ministério da Saúde iniciou, nesta quinta-feira, 31 de julho, uma consulta pública para discutir a inclusão da vacina meningo B no Sistema Único de Saúde (SUS).
Este imunizante é eficaz contra a infecção pelo meningococo do tipo B, a bactéria mais comum entre as causadoras de doença meningocócica. Atualmente, a vacina está disponível apenas no sistema privado de saúde, enquanto o SUS oferece imunização contra os sorotipos A, C, W e Y.
De acordo com a Agência Brasil, o meningococo é transmitido pelo ar e pode causar meningite meningocócica, uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Esta condição pode evoluir rapidamente e ser fatal.
Em 2023, o Brasil registrou 2.357 casos de meningite bacteriana, resultando em 454 mortes. Além disso, entre 10% e 20% dos sobreviventes podem desenvolver sequelas graves, como surdez, amputação de membros ou comprometimentos neurológicos.
Embora a maioria dos casos registrados não informe a sorologia da bactéria, pelo menos 138 foram causados pelo meningococo do tipo B, com 21 mortes. Por isso, a vacinação com a meningo B é recomendada por sociedades médicas, apesar de ainda não integrar o calendário básico infantil do SUS. A vacina é administrada em três doses, aos 3, 5 e 12 meses de idade.
Proposta de incorporação
A farmacêutica GSK, produtora do imunizante, apresentou a proposta de incorporação à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
Este órgão é responsável por avaliar todas as propostas de inclusão no sistema. Segundo o dossiê apresentado, o custo de inclusão da vacina é estimado em R$ 6,1 bilhões ao longo de cinco anos. A GSK argumenta que a vacinação poderia reduzir os gastos com internação e tratamento dos doentes.
A consulta pública estará disponível por 20 dias no site da Conitec. Após esse período, as contribuições serão analisadas pelos membros da comissão para a elaboração de um relatório que recomendará a inclusão ou não da vacina no SUS.