O Brasil registrou no segundo trimestre deste ano a menor taxa de desemprego já apurada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o IBGE, a taxa de ocupação no trimestre encerrado em junho foi de 5,8%, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012. O mercado de trabalho brasileiro alcançou 102,3 milhões de trabalhadores ocupados, também um recorde na série.
O IBGE destacou que, na comparação entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano, dos dez grupamentos de atividade, nove apresentaram estabilidade, enquanto apenas um, o grupamento de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, mostrou expansão.
Nessa atividade, o número de ocupados chegou a quase 18,9 milhões, um acréscimo de 4,5% em relação ao primeiro trimestre, representando 807 mil pessoas a mais empregadas.
Ano escolar e contratações
Dentro do grupamento de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, a educação pública e privada foi responsável por impulsionar as contratações. As vagas incluem professores, serventes, inspetores e porteiros, principalmente nas prefeituras.
Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, explicou que há um caráter sazonal, com recontratações ocorrendo principalmente a partir de março, quando o calendário letivo retorna.
Além da educação, as atividades de saúde também contribuíram para o crescimento do emprego nesse trimestre. No entanto, o segmento da educação foi destacado como bastante relevante nesse processo de recuperação.
Em relação aos demais grupamentos de atividades, a agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura registraram 126 mil novas vagas (1,7%); a indústria geral, 163 mil vagas (1,2%); e o comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, 258 mil vagas (1,3%). Por outro lado, a construção perdeu 14 mil vagas (queda de 0,2%) e o setor de alojamento e alimentação perdeu 55 mil vagas (queda de 1%).
Série atualizada
A Pnad Contínua divulgada em 31 de julho é a primeira com a nova amostra representativa de domicílios, baseada em constatações do Censo 2022. As revelações do censo levaram o IBGE a reponderar a amostra, resultando na revisão de toda a série histórica da Pnad, um procedimento comum em diversos países. Segundo Adriana Beringuy, a dinâmica do mercado de trabalho permaneceu a mesma, com poucas alterações nas taxas de desocupação.
Dos 159 trimestres móveis pesquisados desde 2012, apenas 25 tiveram a taxa de desocupação alterada, com variações não superiores a 0,1 ponto percentual. Desde outubro de 2021, nenhum trimestre sofreu alteração, mantendo o maior índice de desemprego em 14,9%, registrado nos trimestres móveis encerrados em setembro de 2020 e março de 2021, durante a pandemia da covid-19.