O Brasil encerrou o ano de 2024 com 43.176 cervejas e 55.015 marcas registradas junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), segundo dados divulgados nesta terça-feira, 5 de agosto, no Anuário da Cerveja 2025, ano referência 2024.
O levantamento foi elaborado pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), em parceria com o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), e apresenta um panorama detalhado do setor cervejeiro no país.
O estado de São Paulo segue liderando em número de registros, com 12.803 cervejas catalogadas, além de manter a maior média nacional, com 30 produtos registrados por estabelecimento.
O Espírito Santo se destacou pelo crescimento, registrando um salto de 1.221 para 1.434 cervejas – aumento de 213 registros em um ano. No total, o país possui 1.949 cervejarias registradas, com 102 novos estabelecimentos abertos em 2024, crescimento de 5,5% em relação ao ano anterior.
A expansão do setor também pode ser observada na distribuição geográfica: atualmente, 790 municípios brasileiros contam com pelo menos uma cervejaria registrada.
O Rio Grande do Sul apresenta a melhor proporção entre população e número de estabelecimentos, com uma cervejaria para cada 32.177 habitantes, frente à média nacional de um para cada 109.073 pessoas. Entre os estados, Santa Catarina foi o que mais cresceu em número de estabelecimentos no ano, com a abertura de 25 novas cervejarias.
O anuário mostra ainda uma tendência de crescimento no consumo de cervejas sem álcool ou desalcoolizadas (com até 0,5% de teor alcoólico), cuja produção aumentou 536,9% em 2024, passando a representar 4,9% da produção nacional.
O movimento acompanha a demanda por hábitos de consumo mais equilibrados e conscientes. O segmento inclui ainda as cervejas de baixo teor alcoólico, com até 2%, além das convencionais, que podem chegar a 54% de graduação alcoólica.
No comércio exterior, o Brasil exportou 332,5 milhões de litros de cerveja em 2024, registrando crescimento de 43,4% em volume e 31,1% em faturamento, que chegou a US$ 204 milhões, o maior valor da série histórica.
O Paraguai se manteve como principal destino, respondendo por 66,5% das exportações brasileiras. Ao todo, 97,7% das vendas externas se concentraram na América do Sul. Por outro lado, o país importou 3,18 milhões de litros de cerveja da Alemanha, responsável por 42,5% do total importado. Nove dos quinze países que mais exportam cerveja ao Brasil são europeus.
Em termos de produção, o volume total declarado ao Mapa em 2024 foi de 15,34 bilhões de litros, sendo 24,7% de cervejas puro malte ou 100% malte. A variedade mais produzida segue sendo a Lager Leve Clara, com 8,95 bilhões de litros, seguida pela Pilsener (4,97 bilhões) e outras Lagers (1,29 bilhão).
Juntas, essas três categorias representam 99,2% da produção nacional. Entre os estilos especiais, merecem destaque a Malzbier (46,7 milhões de litros) e a IPA (29,9 milhões), que, apesar da participação ainda pequena, seguem ganhando espaço no mercado brasileiro.