Foto: Divulgação/Recicla Latas
Brasil reciclou 97,3% das latinhas de alumínio em 2024

Brasil reciclou 97,3% das latinhas de alumínio em 2024

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Em dias de jogos no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, é comum ver torcedores consumindo bebidas em latinhas de cerveja e refrigerante, que são proibidas de entrar no estádio.

Antes mesmo de serem descartadas nas lixeiras, catadores já recolhem essas latas. Esse trabalho contribui para que o Brasil mantenha altos índices de reciclagem de latinhas de alumínio.

De acordo com a Agência Brasil, em 2024, o país reciclou 97,3% das latinhas, conforme dados divulgados recentemente. A Recicla Latas, associação sem fins lucrativos que reúne fabricantes e recicladores de latas de alumínio, informou que o Brasil mantém há 16 anos uma taxa de reaproveitamento acima de 96%. Em 2022, o índice chegou a 100,1%, e em 2023, foi de 99,6%.

No ano passado, 33,9 bilhões das 34,8 bilhões de latinhas comercializadas foram reutilizadas. Após o descarte, esses recipientes retornam às prateleiras em 60 dias. O sistema de logística reversa brasileiro, que prevê que fabricantes se responsabilizem pelo retorno dos resíduos, é um dos fatores que contribuem para esses números.

Logística reversa

Renato Paquet, secretário-executivo da Recicla Latas, destaca a consistência do sistema de logística reversa no Brasil. “Mesmo em anos desafiadores, conseguimos manter índices elevados, o que demonstra a força da articulação entre os diversos elos da cadeia”, afirma. A logística reversa está prevista na Lei 12.305/2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A Recicla Latas atua em parceria com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e a Associação Brasileira da Lata de Alumínio (Abralatas). Janaina Donas, presidente da Abal, afirma que o Brasil é referência global em economia circular, e que a reciclagem é vista como uma estratégia de competitividade e descarbonização do setor.

Cátilo Cândido, presidente da Abralatas, ressalta que a cadeia de reciclagem gera renda e oportunidades em todas as regiões do país. O Movimento Nacional dos Catadores estima que existam cerca de 800 mil catadores de materiais recicláveis no Brasil.

Catadores

Em 2020, um termo de compromissos foi firmado entre a Abralatas, a Abal e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, visando manter elevados os índices de reciclagem e melhorar a renda e condições de vida dos catadores. Roberto Rocha, presidente da Associação Nacional dos Catadores (Ancat), sugere que, além da remuneração pelo material entregue, os catadores sejam pagos pelo trabalho de coleta.

Rocha propõe que as prefeituras, com apoio da iniciativa privada, custeiem a atividade de coleta. “O que falta para melhorar e dignificar, melhorar a qualidade e o serviço dos catadores é que possamos ter um grande programa de pagamento pelo serviço prestado através da coleta das latinhas de alumínio”, reivindica Rocha, pedindo também que catadores autônomos sejam beneficiados pelas políticas de logística reversa.

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