Foto: João Risi/MS
Saiba como é o novo teste do SUS para detectar câncer do colo do útero

Saiba como é o novo teste do SUS para detectar câncer do colo do útero

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A partir desta sexta-feira, 15 de agosto, o Ministério da Saúde começa a oferecer, através do Sistema Único de Saúde (SUS), o teste de biologia molecular DNA-HPV. Este exame é indicado para o rastreamento organizado do câncer de colo do útero.

De acordo com o Ministério da Saúde, a tecnologia detecta 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV), identificando a presença do vírus no organismo antes do surgimento de lesões ou câncer em estágios iniciais, mesmo em mulheres assintomáticas.

O teste oferece maior sensibilidade diagnóstica e reduz a necessidade de exames e intervenções desnecessárias, permitindo intervalos maiores entre as coletas quando o resultado for negativo.

“Por ser mais eficaz, a nova tecnologia permite ampliar os intervalos de rastreamento para até cinco anos, aumentando a eficiência e reduzindo custos”, explica o Ministério da Saúde. Outra vantagem do teste é o rastreamento equitativo e de alta performance, que possibilita alcançar mulheres em áreas remotas ou com menor oferta de serviços de saúde.

Coleta e implementação

Produzida pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a tecnologia substituirá o exame citopatológico, conhecido como papanicolau, que será realizado apenas para confirmação de casos positivos no teste molecular.

No teste de DNA, a coleta é similar à do papanicolau e envolve a secreção do colo do útero, sendo necessário um exame ginecológico. A secreção é colocada em um tubo com líquido conservante para análise laboratorial do DNA do vírus.

A incorporação do teste na rede pública, iniciada em 2024, foi avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que considerou a tecnologia mais precisa que a atualmente ofertada no SUS.

A tecnologia, 100% nacional, será inicialmente ofertada nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e no Distrito Federal.

Essas localidades foram escolhidas por possuírem serviços de referência para colposcopia e biópsia, garantindo um fluxo assistencial completo para mulheres com resultados alterados no teste. A implementação começa com um município em cada estado e será ampliada conforme a substituição do método.

A meta é que, até dezembro de 2026, o rastreio esteja presente na rede pública em todo o território nacional, beneficiando 7 milhões de mulheres entre 25 a 64 anos anualmente.

HPV e testagem

O HPV é a principal causa do câncer do colo do útero, terceiro tipo de câncer mais incidente em mulheres, com 17 mil novos casos estimados por ano no triênio 2023-2025, segundo o Ministério da Saúde.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam 15 casos da doença para cada grupo de 100 mil mulheres no Brasil. O câncer do colo do útero é o que mais mata mulheres no Nordeste brasileiro, com 20 mortes diárias no país.

A testagem de HPV, recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é considerada padrão ouro para a detecção de casos de câncer de colo de útero e integra as estratégias propostas pela entidade para a eliminação da doença como problema de saúde pública até 2030.

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