FOTO: REPRODUÇÃO | MARCELLO CASAL - AGÊNCIA BRASIL
Diagnóstico tardio do câncer de colo de útero eleva custos no SUS

Diagnóstico tardio do câncer de colo de útero eleva custos no SUS

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Um estudo realizado pela MSD Brasil aponta que diagnósticos tardios de câncer de colo de útero aumentam os custos para o Sistema Único de Saúde (SUS). O diagnóstico em estágios avançados não só impacta a sobrevida dos pacientes, mas também demanda mais internações e procedimentos médicos.

De acordo com a MSD Brasil, a imunização contra o HPV é a principal forma de prevenção do câncer de colo de útero. A vacina quadrivalente está disponível gratuitamente no SUS para adolescentes de 9 a 14 anos, enquanto a vacina nonavalente pode ser encontrada na rede privada.

O estudo analisou dados de 206.861 mulheres diagnosticadas com a doença entre 2014 e 2021, utilizando o DataSUS. Os resultados mostram que a necessidade de quimioterapia aumenta conforme o estágio do câncer, assim como a frequência de internações e visitas ambulatoriais mensais. Segundo os pesquisadores, 60% dos casos são diagnosticados em estágios avançados.

Estágio do câncer no momento do diagnóstico Necessidade de quimioterapia Internações por mês Visitas ambulatoriais por mês
1 47,1% 0,05 0,54
2 77% 0,07 0,63
3 82,5% 0,09 0,75
4 85% 0,11 0,96

O estudo também destaca o impacto da pandemia de Covid-19 no tratamento do câncer de colo de útero no SUS. Em 2020, apenas 25,8% das pacientes realizaram cirurgia, comparado a 39,2% entre 2014 e 2019. Houve uma redução de cerca de 25% nos procedimentos de radioterapia, enquanto a quimioterapia isolada aumentou em 22,6%.

As disparidades sociais e econômicas também foram abordadas. Segundo o estudo, 80% das mortes ocorrem em países de baixa e média renda, como o Brasil. A maioria dos diagnósticos envolve mulheres não brancas, com baixa escolaridade, que dependem do SUS.

Os pesquisadores reforçam que cerca de 99% dos casos de câncer de colo de útero são causados por infecções persistentes do HPV. A prevenção deve incluir vacinação, exames de rotina para rastreamento e tratamento de lesões pré-cancerígenas.

Na rede pública, a vacina quadrivalente está disponível para meninos e meninas entre 9 e 14 anos, e para pessoas de 9 a 45 anos em condições específicas.

O estudo conclui que o ônus econômico e social do câncer de colo de útero no Brasil é significativo, destacando a necessidade de políticas públicas para ampliar a cobertura de imunização e rastreamento, visando a detecção precoce e otimização dos recursos de saúde.

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