FOTO: REPRODUÇÃO | TOMAZ SILVA - AGÊNCIA BRASIL
Tambores e cantos marcam abertura do Festival Artes Vertentes

Tambores e cantos marcam abertura do Festival Artes Vertentes

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Tambores e cantos marcaram a abertura da 14ª edição do Festival Artes Vertentes em Tiradentes. O cortejo, conduzido pelo Congado Nossa Senhora do Rosário e Escrava Anastácia, percorreu as ruas da cidade, convidando o público a participar das 54 atividades programadas, incluindo exposições, cinema, teatro, música e literatura.

De acordo com a Agência Brasil, o evento tem como tema “Entre as margens do Atlântico”, promovendo um diálogo entre América, África e Europa.

A programação de 2025 integra a Temporada da França no Brasil, que ocorre em 15 cidades brasileiras até o final do ano, com o objetivo de aproximar os dois países por meio da cultura.

Claudinei Matias do Nascimento, o Mestre Prego, conduziu a abertura e destacou a importância da congada como representação da força do povo negro e memória das 22 mil pessoas escravizadas na região.

Mestre Prego ressaltou que a congada mantém viva a memória daqueles que tiveram suas histórias apagadas. Ele citou uma canção que expressa tanto alegria quanto dor: “É uma cantiga também de alegria e uma cantiga de dor, [que diz] ‘Ai, meu povo hoje é lembrado’”. Segundo Luiz Gustavo Carvalho, curador e diretor artístico do festival, o evento busca dialogar entre diversos segmentos artísticos, como cinema, artes visuais e cênicas.

A cidade de Tiradentes, fundada em 1702, é um importante centro histórico de Minas Gerais, tendo vivido da exploração de ouro no século 18. A escolha da cidade para o festival se deve à sua localização geográfica e importância histórica. Maria Vragova, diretora executiva do festival, afirmou que realizar o evento no interior intensifica o diálogo entre culturas locais, regionais, nacionais e internacionais.

A abertura contou também com apresentações musicais da Ação Cultural Artes Vertentes, que oferece cursos gratuitos de música, artes visuais, cerâmica e fotografia em Tiradentes. Como parte da Temporada da França no Brasil, o festival terá atrações internacionais, como a poeta Wendie Zahibo e o poeta Jean D’Amérique. Anne Louyot, comissária-geral da Temporada França-Brasil, destacou a influência das culturas africanas na Europa e Américas.

A programação do festival se estende até 21 de setembro, incluindo atividades em cidades vizinhas como São João del Rei e Bichinho, com mostras de cinema sobre memória, ancestralidade e resistência. A maior parte da programação é gratuita. Mais informações estão disponíveis no site artesvertentes.com.

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